O sentimento político nacional é composto neste momento (é 10 de setembro de 2021, dia que escrevo este artigo) por uma larga gama de sentimentos: inquietações, dúvidas, desilusões, raiva, alegria, mas é também momento de reflexão e de reestruturação do pensamento. E, de fato, isso é normal. Tal cenário, em parte, me faz lembrar de uma animação: "Os 12 trabalhos de Asterix" (recomendo). Como sempre, o gaulês importuna o poder da toda poderosa Roma, e, para dirimir o conflito, Asterix é desafiado a realizar 12 trabalhos que apenas deuses teriam a capacidade de completar. Um deles em especial me chamou sempre a atenção, o herói tem de vencer a enlouquecedora burocracia romana simbolizada por um prédio labiríntico, repleto de servidores/políticos desleixados, mal-intencionados, preguiçosos e até desconhecedores dos próprios deveres, e conseguir um documento específico criado pelo "establishment". É evidente que aos humanos normais seria impossível a tarefa. Mas o
Descartes propôs chegar à verdade por meio da dúvida. O Círculo de Viena acrescentou a necessidade de verificação. Após considerar um número suficiente de casos particulares, conclui uma verdade geral sem se esquecer a falseabilidade ou refutabilidade, que possa demonstrar que uma ideia/hipótese/teoria pode ser mostrada falsa. A ciência, portanto, é um conhecimento provisório. Por isso a ciência jamais pode impedir o questionamento.