A digitalização do mundo não para (e não há indícios de que parará), e ao que parece essa estrada está sendo construída rapidamente. Não deveria chamar a atenção apenas os benefícios que traz (e não há como negar que existam alguns benefícios), mas junto vêm certos malefícios. Deveríamos perguntar quais são esses problemas, se superam os benefícios, e se podem ser evitados. O problema é o silêncio que impera sobre o que há de ruim nessa digitalização de tudo. Esse silêncio faz com que a implantação desse sistema seja feita sem nenhuma contestação, aceita incondicionalmente por todos (quem se sabe por puro desconhecimento dos detalhes?). Por exemplo, temos a recente Lei 14.382, de 27 de junho de 2022, que veio ‘modernizar’ a lei de registros públicos. Mas, ao lado dos aspectos visíveis, como a desburocratização, vem acompanhando o processo de ‘’digitalização da vida’’ que vai se estendendo sobre tudo como uma sombra, querendo tudo abarcar. À medida que vai abraçando elementos essenciais
Descartes propôs chegar à verdade por meio da dúvida. O Círculo de Viena acrescentou a necessidade de verificação. Após considerar um número suficiente de casos particulares, conclui uma verdade geral sem se esquecer a falseabilidade ou refutabilidade, que possa demonstrar que uma ideia/hipótese/teoria pode ser mostrada falsa. A ciência, portanto, é um conhecimento provisório. Por isso a ciência jamais pode impedir o questionamento.