Hoje serei muito breve, vez que o assunto já não seja novidade, mas consequência do que vimos alertando há tempos.
A Regulação das Redes Sociais e, de tabela, aplicativos de comunicação pela internet, está na mira de uma elite política mundial, cuja elite nacional acompanha pari passu, buscando a toque de caixa eliminar a liberdade. O discurso do Ministro do STF, Gilmar Mendes, num evento do IDP, deixou bem claro este objetivo. O pronunciamento, pelo "cargo" do emissor, não pode ter outra natureza senão a de oficial, revelando os objetivos políticos que a nobre Corte deverá seguir.
Embora o ministro tenha dito que a necessidade de regulação das redes sociais, em decorrência de embates envolvendo figuras como Elon Musk, e outras das Big Techs em países como França e Austrália, sua premissa inverte a ordem de valores em jogo. Para o nobre ministro, os aspectos essenciais sobre liberdade de expressão estão em segundo plano, o Estado (na verdade aqueles que exercem seu poder) deve ter o poder de decidir o que deve e o que não deve ser falado ou pensado. Abro um parêntese aqui para dizer que isso já atinge a própria imunidade constitucional quanto ao discurso dos parlamentares no Brasil, que já não podem falar nada que fira as inatacáveis pontifícias autoridades, segundo os critérios estabelecidos pela própria Corte.
A ideia de que um "embate" com uma figura pública justifica uma nova abordagem regulatória é simplista. A ideia de que um "embate" é um motivo para limitar a liberdade é uma falácia de apelo ao "medo" da ruína da democracia (seja lá o que for isso na mente destes finos senhores) para justificar o discurso.
A experiência demonstra que esse tipo de tentativa frequentemente resulta em repressão. O fim da liberdade de expressão e pensamento não garantirá jamais a segurança ou proteção e nem o desenvolvimento da sociedade, já alertava John Milton, no século XVII. Além disso, a sociedade depende da capacidade de seus cidadãos de tomar decisões de bom grado, expressar-se livremente e possuir propriedades, utilizando-as conforme desejarem. A autonomia dos cidadãos para escolher o que querem saber, quais fontes buscar e como formar suas opiniões sobre informações de diversas naturezas — política, científica, filosófica, religiosa ou outras — é fundamental. Isso inclui o direito de decidir sobre seus corpos sobre as escolhas referentes a tratamentos médicos que queiram se submeter ou não.
O artigo 19 do Marco Civil da Internet, como qualquer outra lei nesse pais, poderá ser vítima mais uma vez de uma eisegese, cujo significado dependerá exclusivamente da vontade do "intérprete". A proposta, anote aí, não será outra senão criar um ambiente em que a censura se torne prática comum, levando provedores a restringir conteúdos excessivamente (no mínimo) para evitar sanções, mesmo na ausência de uma ordem judicial.
*Elvis Rossi da Silva. Cristão, pai de família, advogado. Autor de artigos jurídicos, escritor e jornalista independente.
Livros do autor: Circo Do Mundo , Fábulas para Hoje , Pensamentos ao Filho , Contos Para a Infância , Plúrimas , Aos Amigos que Não Tenho
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