Entre tantas políticas pelo mundo criadas para mudar a sociedade (ou, como dizem por aí, reconstruir melhor), evidentemente a coisa não deixaria de acontecer por aqui, falo da redução da jornada ou semana reduzida de trabalho; e, por mais problemas que possamos ter de origem cem por cento nacional, vem mais este por aí.
A ideia de redução da jornada de
trabalho é um tema inseparável do ESG. Por isso, é importante entender mais ou
menos de onde vem para saber para onde vamos.
Em 1946, Julian Huxley (sim, o
irmão), apresenta um trabalho na criação da UNESCO (organização filha da
recente ONU), chamado “UNESCO: Its Purpose and Its Philosophy”, onde, entre
outras coisas, muito habilmente defende ideias flagrantemente eugenistas.
Vinculando a ideia à eugenia social, onde a sociedade deveria evoluir tal qual
os organismos evoluíram, estabelece o princípio da redução das desigualdades
sociais e biológicas como meios de progresso social.
Na década de 1970, o famoso Clube
de Roma (composto por diversos figurões da política e das finanças, com alguns
eugenistas entre eles), encomenda um trabalho denominado “Limites do
Crescimento”, que adquiriu fama mundial, e fundamentou um novo aspecto da política,
usando o medo atrelado à ideia dos limites dos recursos naturais, dizendo que a
exploração das riquezas naturais do planeta de forma tão abusiva
inevitavelmente colocaria em risco a existência da humanidade. Por óbvio os
distintos bilionários do clube só encomendaram o trabalho depois que já estavam
podres de ricos, e agora vinham condenar a exploração capitalista-consumista
que lhes fizera tão bem até o momento, mas que condenavam como um mal a ser
extirpado da humanidade a partir daquele momento, mas sem, contudo, renunciarem
a toda sua fortuna e de seus descendentes.
Em 1988, mais um trabalho, filho
do anterior, foi elaborado. Desta vez mais sofisticado e persuasivo, sobre o
meio ambiente como algo inextrincável de qualquer coisa que a humanidade faça ou
idealize. Trazia o problema da pobreza, desigualdade e aumento populacional
como elementos causadores dos problemas da humanidade e seriam os definidores
das políticas públicas que tomavam contornos mais práticos. Nada melhor do que
fazer isso pela Comissão Mundial do Meio Ambiente das Nações Unidas. Nasce então
o “Nosso Futuro Comum”, trabalho que coloca a pobreza como uma das principais
causas dos problemas ambientais do mundo. Aqui surge mais claramente o termo “desenvolvimento
sustentável”, exigindo, por certo, a reforma do mundo, sempre usando a fome e a
quantidade de pessoas para justificar as novas políticas reformadoras do mundo
(o milenarismo materialista sempre está nesses ideias revolucionárias).
Na década de 1990 (92/94) surge Mikhail
Gorgachev (ex presidente da então URSS) com a distinta “Carta da Terra”,
elaborada junto ao Conselho da Terra e outras agências verdes), nos dias da
Eco-92, no Rio de Janeiro. Foi lançada formalmente em 2000, em Haya, no Palácio
da Paz, com aderência irrestrita da UNESCO. Resumidamente, ela reconhece a existência
de uma sociedade global, mas que deve ser sustentável, baseada no respeito pela
natureza (recursos finitos), nos direitos humanos universais, na justiça
econômica e em uma cultura de paz, formando uma aliança global.
Em seguida, em 2004, no Foro Econômico
Mundial, pelo então Secretário Geral da ONU, Kofi Annan, habilmente perante políticos
de influência mundial, representantes de dinastias, bilionários
meta-capitalistas, imprensa e ONGs de montão, propôs o “Pacto Global” (elaborado
desde 2000), lançando formalmente, no meio do empresariado de elite e políticos preocupados com a humanidade, a política oficial para os Estados Nações sobre valores e princípios a serem
seguidos sobre o Desenvolvimento Sustentável.
Dois anos depois, providencialmente,
vem o PRI, subscrito por diversas
corporações multibilionárias e a ONU, estabelecendo os seis princípios para o
investimento sustentável (PRI). O primeiro é “incorporar critérios ESG nas políticas
empresariais de todo o mundo desde as análises de investimentos para que se possa
tomar alguma decisão."
Como se pode ver, a questão tem menos relação com direito do trabalho do que controle do desenvolvimento econômico mundial. A promoção disso tudo é uma grande roda que gira em torno de políticos influentes, ONGs e mega corporações, que elaboram as pautas a serem seguidas pelos governos locais, empresariado e as massas desavisadas.
O movimento operário é apenas um
subterfúgio grosseiro em toda essa retórica para despistar os verdadeiros
motivos de sua origem. Há, claro, quem acredite que menos trabalho é um negócio
bom, que será feliz num planeta perfeito, seguro, onde todos serão iguais e
escaparão da extinção causada pelo capitalismo predatório. Parece que estou
sendo sarcástico ou fazendo piada? Mas é justamente isso que se lê em todas as
obras, relatórios, cartas e estudos sobre o tema.
É verdade que, inicialmente, as
demandas dos trabalhadores eram por condições básicas, como a jornada de oito
horas diárias, alcançada em vários países após muito esforço. Mas hoje não é
isso que ocorre. Tanto é que as nações que originalmente vêm propondo a redução,
são as que alcançaram um desenvolvimento econômico invejável e só depois de
muito trabalho de seus cidadãos, para, só agora, vir com a redução da semana de
trabalho como mais uma solução.
A redução da semana de trabalho (num
primeiro momento sem redução salarial, pois há iniciativas com redução salarial e, até, a famosa ideia do então presidente do WEF
- Fórum Econômico Mundial - Klaus Schwab, de que “você não terá nada e será
feliz”), está alicerçada no pressuposto do “desenvolvimento sustentável” (de origem eugenista e dominadora), que objetiva reduzir a produção, a exploração de recursos, o consumo e a própria população
mundial. Simples assim. Países como a França, Suécia e Dinamarca, permitindo semanas
de trabalho mais curtas, são países cem por cento alinhados com essas políticas pelas suas origens macabras. Qualquer outra explicação é pura manobra de saíde de emergência
quanto aos propósitos principais da origem do “desenvolvimento sustentável”.
O Brasil, como todo bom país
vassalo do Globalismo, tem algumas empresas implantando programas piloto de
semana reduzida sem redução salarial (saibam elas das
origens e fins da ideia, ou não).
É evidente que, puramente sob o
aspecto laboral, a coisa pode ter lá seus créditos, porém, no frigir dos
ovos, é mais uma política voltada para a redução da produção de riqueza entre as
massas, riqueza que, de fato, seria a única coisa capaz de tirar milhões e
milhões da miséria e aumentaria a segurança alimentar, e é justamente o que não
querem os donos de quase toda a riqueza do mundo (chamados meta-capitalistas).
O que vemos acontecer é, por trás
do pânico geral, por trás das pegadas de carbono, por trás do ruminantes poluidores
e por trás do bifes de verdade, vemos o dinheiro ir para os bolsos das mega corporações
que manipulam a genética de grãos, de bancos e
instituições de crédito que negociam um mercado de carbono (ou vento) voluntário (e a coisa se avoluma aos bilhões na tomada e concessão de empréstimos para “investir
em operações de redução de emissões e operações de economia verde...”). E para coroar,
teremos ainda a “carne politicamente correta” produzida em laboratório, melhor e mais adequada ao ser huimano do que a produzida pela tão amada e defendida natureza pelos milhões e milhões de anos.
Na esteia de tudo isso, entre
tantos outros desvarios da elite mundial, veio também Al Gore (vice presidente dos EUA) apontando o dedo
sobre uma "verdade inconveniente" sobre o aquecimento global, fazendo previsões
sobre o fim do mundo (que jamais se realizaram) e a necessidade de mudarmos o planeta
conforme a imagem e semelhança dessa mesma elite. Isso porque a questão
climática traz um argumento “forte” para
a redução da jornada de trabalho com “estudos” indicando que trabalhar menos
pode contribuir para a redução das emissões de carbono, já que menos
deslocamentos diários e a menor utilização de energia em escritórios podem
reduzir a pegada ecológica. Relatórios como o da Smith School of Enterprise
and the Environment e de organizações como Greenpeace reforçam que, ao
adotar semanas de quatro dias, não só os trabalhadores ganham em saúde e
qualidade de vida, como "o planeta também agradece".
No nosso Congresso Nacional, sabe-se
lá motivados pelo que ou por quem, dois projetos de lei em tramitação buscam
regulamentar a jornada de trabalho reduzida. Um deles propõe a adoção de uma
jornada semanal de 36 horas, com possibilidade de negociação entre patrões e
empregados. Outro projeto, mais recente, visa a implementação de uma jornada de
30 horas semanais para determinadas categorias (acredito que os dois serão
unidos e formarão um terceiro ainda pior).
Evidentemente tudo vem de mentes engenhosas
e diabolicamente astutas, capazes de criar planos de longo prazo para mudar a
própria noção de realidade das massas.
Ora, desde 1978, embora as
terríveis previsões de os “limites do crescimento” não terem se realizado, tudo
isso já faz parte do imaginário popular (transmitido desde filmes, animações,
publicações populares e especializadas, telejornais, novelas, revistas em
quadrinhos, livros didáticos e a incessante política do dia a dia), como uma
profecia autorrealizável criada e implementada pela própria elite. É evidentemente
um sistema teratológico e tautológico, criado para enlouquecer os cidadãos bombardeados
pela repetição, incapacitados pelo medo de buscar informações que deem um outro
lado da moeda, medo de, demonstrando inverídica a profecia, ser banido para o
ostracismo e pela pecha de negacionista, os atuais inimigos da humanidade.
Eis aí, em breve resumo, porque
não é uma simples tendência, mas um plano (multifacetado) de longo prazo,
implantado metodicamente. A “proposta” de um grande bem, claro que sem nunca
explicar de onde vem nem para onde vai, nem se o queremos.
*Elvis Rossi da Silva. Cristão, pai de família, advogado. Autor de artigos jurídicos, escritor e jornalista independente.
Livros do autor: Circo Do Mundo , Fábulas para Hoje , Pensamentos ao Filho , Contos Para a Infância , Plúrimas , Aos Amigos que Não Tenho
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