O Grande Irmão, figura emblemática do romance "1984" de George Orwell, personifica o auge do poder de um partido ideologicamente autoritário cujas ações não podem jamais ser questionadas, exercendo um controle total sobre a sociedade.
Como
uma profecia dos tempos modernos, a história (sim com ‘h’) é arrepiantemente preditiva.
Escrita no final da década de 1940, alertou com detalhes o sombrio futuro
(atual presente) das sociedades (incluindo a nossa) e onde os governos chegariam.
Evidentemente o escritor não era nenhum novato sobre política, já que muitos
outros, vendo o curso dos acontecimentos, não podiam concluir de forma
diferente o resultado de uma educação degenerada e dirigida pelo Estado, pela
propaganda política e o uso massivo de técnicas psicológicas de manipulação,
pela venda da liberdade em troca de falsa segurança estatal, e o inchamento do
estamento burocrático do Estado sempre assaltado por grupos revolucionários. Assim
sendo, a liberdade individual e a verdade são as primeiras vítimas da história.
O
onipresente Grande Irmão está em todo lugar, vigiando, cujo rosto está sempre
olhando a população de ‘Oceânia’ em todos os lugares. Sua imagem onipresente,
como aquele que tudo vê e ouve, serve como lembrete aos escravos (quer dizer,
cidadãos), de que o Estado está sempre observando, sempre ouvindo.
A
vigilância ininterrupta é um meio de controle super eficiente, suprimindo
qualquer desvio de conduta, isto é, do pensamento oficial. A sociedade perde
absolutamente a liberdade de pensamento e de expressão, não apenas sendo
reprimida, mas o pensamento divergente é tornado crime – o "crimepensar".
Ali é criada a Polícia do Pensamento, órgão do Estado incumbido de agir imediatamente
contra os criminosos do pensamento que não têm nenhum direito de defender-se
(um arremedo de processo acusatório).
E
este mundo é cheio de Ministérios, havendo o da Verdade, responsável por
alterar continuamente registros históricos, a fim de fazer com que o passado
esteja sempre em acordo com a linha atual do partido. Assim, se apaga qualquer
evidência de que o Estado (ou o Grande Irmão) já esteve errado ou que o mundo
já foi diferente, eliminando a possibilidade de crítica à perfeita democracia.
A
manipulação da linguagem é outra forma de controle. A "novilíngua", não
apenas cria novas palavras, ela dá novos significados às palavras, o que altera
a forma de pensar das pessoas. Meticulosamente desenhada pelo partido para
limitar o pensamento, removendo palavras e conceitos que poderiam inspirar
resistência ou descontentamento.
"1984"
é um lembrete arrepiante das consequências extremas de uma sociedade reduzida à
servidão pelo aumento constante de poder do Estado (partidos dominantes do
estamento burocrático), onde a tecnologia, técnicas de manipulação psicológica e
a força bruta se unem contra todo aquele que ousa pensar ou questionar o Estado,
o Grande Irmão.
Neste (sim, neste) mundo, onde a vigilância e a manipulação da verdade e da linguagem continuam sendo questões prementes, aquele que pensa e fala é um perigo tenebroso para a os governantes, e deve ser pronta e exemplarmente eliminado, nem que para isso, antes, tenha de ser tachado de fascista, divulgador de fake News, propagador de discurso de ódio e extremista de direta, nem que para isso se precise criar algum tipo de Ministério da Integração de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia.
Fico
por aqui.
*Elvis Rossi da Silva. Cristão, pai de família, advogado. Autor de artigos
jurídicos, escritor e jornalista independente registrado no MTE.
Livros do autor: Circo Do Mundo
, Fábulas para Hoje
, Pensamentos ao Filho
, Contos Para a Infância , Plúrimas , Aos Amigos que Não Tenho
Telegram: https://t.me/fakingmeter
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