Associação é um processo que descreve a conexão mental entre ideias, conceitos, experiências
ou estímulos. Como? Por semelhança. Quando duas coisas são relacionadas. Por
exemplo, associar um sentimento a um movimento social ou político.
Pode envolver a
associação de coisas que ocorram próximas no tempo ou no espaço (sem relação
nenhuma). Por exemplo, associar um acontecimento político-social com uma
religião, ou um evento da natureza com um fenômeno social – e.g. o aumento
de casamentos de crianças com mudança climática.
Associação por
causalidade. Quando as pessoas relacionam duas coisas porque acreditam que uma
causa a outra. Por exemplo, uma propensão a uma busca religiosa com uma
ideologia política.
Mas o que causa a
associação?
Nosso “cérebro” processa
informações e faz conexões entre diferentes estímulos. Ele “tende” a ligar as
coisas. Por exemplo as experiências em certos lugares com certas emoções, ou cheiros
a lugares ou épocas, ou musica a pessoas. Essa característica é explorada em
política na forma de sugestões externas, como faz a publicidade.
As consequências da associação
podem ser sinistras. Decisões podem ser influenciadas, ela pode afetar nossas
escolhas. Se alguém, por exemplo, associa um determinado nome a um determinado sentimento
ruim, é provável que a pessoa sempre associe esse nome a um sentimento ruim ou
passe a ter um sentimento de repulsa quando se fala sobre tal pessoa.
Associações também podem
levar à formação de estereótipos, onde fazemos suposições sobre pessoas ou
coisas de maneira que nada tenha a ver com a realidade. Por exemplo, associar um
religioso com alguém inculto, ou um estilo musical com pessoas intolerantes, ou
uma doença a uma raça, ou uma característica física com uma alta
respeitabilidade.
A associação cria encadeamento
no pensamento, cria conexões que nem sempre passam pelo crivo da razão e, por
estar geralmente ligada a um sentimento (vai direto para o campo das emoções,
por isso é mais rápida e se dá mais atenção), essa conexão, essa ligação entre
coisas, foi bem explorada na guerra, envolvendo a criação de conexões negativas
em relação a um inimigo. É muito comum (ainda hoje) retratar um inimigo como uma
ameaça à segurança (ainda que, se avaliado com calma, isso não seja verdade), ou
como uma fonte de injustiça (mesmo que nada se possa realmente demonstrar), ou a
imagem viva de desvalores (embora a realidade revele o oposto), quando se refere ao inimigo.
Durante a Segunda Guerra
Mundial, o aspecto psicológico da associação foi exaustivamente usado na
indústria editorial, na cinematográfica, nas propagandas, justamente para manipular
a opinião pública (aliás, a propaganda tem seu desenvolvimento pelo comunismo
na União Soviética). Usavam-se essas táticas psicológicas de associação para
influenciar o moral, a motivação e a atitude da população.
Os nazistas usaram muito o
aspecto visual e emocional para criar a imagem disforme dos inimigos. Caricaturas
e Estereótipos eram comuns ao retratar os inimigos, dando-lhes aspectos grotescos, disformes, repulsivos, associando-os
a seres inferiores, infecciosos, malévolos, (como diziam na antiguidade, que os cristãos eram comedores de criancinhas, canibais) para
criar sentimentos de desconfiança, medo e hostilidade. Por exemplo, os nazistas
retratavam os judeus como deficientes, transmissores de doenças, parasitas,
ladrões da nação e antipatriotas, uma raça inferior geneticamente e em todos os aspectos. Isso era uma ferramenta
para justificar a perseguição e extermínio daquilo que já não era mais visto
como ser humano mas um "câncer" a ser extirpado.
Na mídia, os filmes,
cartazes, músicas e histórias criavam associações emocionais face a essa figura
do inimigo.
A demonização do Inimigo
é o modo mais frequente de se propagar um retrato falso do inimigo, justamente para
intensificar o ódio e a repulsa contra eles, sem possibilitar a defesa para que
não haja nenhum modo de colocar em dúvida a “propaganda” governamental.
Símbolos (imagens) também
foram muito úteis para criar associações específicas e também segregar a
sociedade em “eles” e “nós”. A estrela nos Judeus, ou passaportes raciais, os
passaportes de vacinação, por exemplo, eram atribuídos aos judeus para que
pudessem ser identificados e pudessem se deslocar pelas cidades (até serem presos nos guetos e depois nos campos de extermínio).
Influenciar a percepção
das pessoas usando mentiras e técnicas psicológicas não é apenas desumano, brutal,
grotesco e repulsivo, é a revelação do verdadeiro inimigo do povo, governantes que
buscam um poder imparável, absoluto sobre a sociedade, um inimigo que calará e
eliminará quem se lhe oponha (mesmo os que antes eram seus “amigos”).
Esses usurpadores do
poder devem ser expulsos pela sociedade, retirados do poder para, de qualquer
forma, nunca mais exercê-lo. Caso contrário, a história sempre mostra, a
desgraça recai sobre a nação.
*Elvis Rossi da Silva. Cristão,
pai de família, advogado. Autor de artigos jurídicos, escritor e jornalista
independente.
Livros do autor: Circo Do Mundo
, Fábulas para Hoje
, Pensamentos ao Filho
, Contos Para a Infância , Plúrimas , Aos Amigos que Não Tenho
Telegram: https://t.me/fakingmeter
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