Vamos falar de música.
Estamos numa é poca onde aquelas musicas de protesto, aquelas que Raul até fez troça (embora também as cantasse), hoje algumas seriam inadequadas pela brandura da letra ante gravidade do que vivemos. Os compositores e intérpretes chegariam à conclusão de que hoje deveriam reformá-las para dar maior gravidade ao caso, isso se pudessem fazer (seria um feito próximo ao inimaginável), embora creia que nenhuma rádio as lançaria aos ares.
Por exemplo, já cantaram "que país é este", mas vendo o país hoje, francamente, o termo seria substituído por algo mais apropriado como circo ou puteiro. Nos chamaram de "inúteis", mas pelo que vemos, hoje estamos mais para idiotas e escravos úteis. "Geração coca-cola", pelo que vemos sair da boca de algumas autoridades, seria mais para geração "descartável". Já chegaram a dizer "...não gosto do governo", mas isso hoje seria terrorismo. Já falaram pra "alugar o Brasil", o que não teria sido mal do ponto de vista econômico, mas descobrimos que ele já foi dado a quem não se devia. Quiseram resolver na "porrada", porrada, mas estamos vendo é que a porrada está sendo dada no cidadão, nos jornalistas. Aquela coisa de gritar "pega ladrão", já nem "rola", porque "se gritar pega ladrão" hoje, é a polícia quem corre e você pode até ser condenado a indenizar o pobre meliante vítima da sociedade. Teve uma época em que se poderia até pensar em "revoluções por minuto", mas fale em revolução para ver o que te acontece; o termo, acredito, em breve sairá até dos livros de direito constitucional, vai que alguém leia e entenda. "Sair na rua e protestar"? Bem, o recado está sendo bem dado pela galera (ou as galeras) da farda e da toga. Um dia fizeram bem em perguntar: "Brasil, qual é teu negócio?" Acontece que muitos viraram sócios de fato deste esquema monstruoso e o negócio pode ter passado do ponto de retorno. Será que o "sol nas bancas de revista" ainda vai nos encher de alegria até quando?
Enquanto "missionários de um mundo pagão" saem por aí pregando, não o ódio e a destruição, mas uma paz plástica polvilhada de cal, enquanto colecionam medalhas autoindulgentes no peito, dá-se tempo suficiente para a liberdade ser enclausurada e o povo, que mais do que nunca é tratado como um "zé ninguém", padecer.
Um acerto parcial que disseram foi que o "tempo corre contra vocês", contra nós, muito bem. Mas também contra eles, os senhores do mundo. "Por que não? Por que não? Por que não?"
*Elvis Rossi da Silva. Cristão, pai de família, advogado pós-graduado. Autor de artigos jurídicos, escritor e jornalista independente registrado no MTP.
Livros do autor: Circo Do Mundo , Fábulas para Hoje , Pensamentos ao Filho , Contos Para a Infância , Plúrimas , Aos Amigos que Não Tenho
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