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DISCURSO E REALIDADE

 


Sei que há pessoas que adoram números. Aqui vai um texto repleto deles, com fontes provenientes de https://ec.europa.eu/info/statistics_en e https://www.cia.gov/the-world-factbook/.

É interessante observar as seguintes estatísticas quando se trata de dividir o mundo. E já adianto que o Oriente sai um pouco em desvantagem.

Escolhi esses índices porque são importantes para entender que nem tudo é cartesiano no mundo (não resisti ao trocadilho). Vamos abordá-los com calma e em partes.

 

Os seis maiores importadores do mundo, em ordem decrescente, são:

 

1. Estados Unidos

2. China

3. Alemanha

4. França

5. Japão

6. Reino Unido

 

Seguidos por:

 

8. Hong Kong

9. Coreia do Sul

10. Canadá

11. Índia

12. Cingapura

19. Taiwan

20. Rússia

21. Polônia

 

Quanto ao consumo elétrico, os líderes mundiais em ordem decrescente são:

 

1. China

2. Estados Unidos

3. Índia

4. Japão

5. Rússia

6. Alemanha

7. Canadá

8. Brasil

9. Coreia do Sul

10. França

11. Reino Unido

12. Arábia Saudita

 

- Em relação ao gás natural, os maiores consumidores, em ordem decrescente, são Estados Unidos, Rússia, China, Irã, Japão, Canadá, Arábia Saudita, Alemanha, México, Reino Unido, Itália, Emirados Árabes Unidos, Egito e Índia.

- No que diz respeito à importação de petróleo bruto, os três maiores importadores são Estados Unidos, China e Índia. O Japão ocupa a quarta posição, a Alemanha a sexta e a França o nono lugar.

- Em relação à União Europeia, a área rural representa 76,1% da área total, mas apenas 26,1% da população vive nessa área, enquanto o restante vive em áreas urbanas.

 

Vamos adiante.

 

- Entre os 10 países com as maiores florestas em termos de área (em km²) e porcentagem de território, temos: Rússia com 8.149.310 km² (49,8%); Brasil com 4.935.380 km² (58,9%); Canadá com 3.470.690 km² (38,2%); Estados Unidos com 3.103.700 km² (33,9%); China com 2.098.640 km² (22,3%); República Democrática do Congo com 1.522.670 km² (67,2%); Austrália com 1.250.590 km² (16,3%); Indonésia com 903.250 km² (49,9%); Peru com 738.054 km² (57,7%); e Índia com 708.600 km² (23,8%).

É interessante observar que a Rússia tem uma grande área florestal, mas grande parte de seu território é composto de gelo permanente. Além disso, algumas de suas terras produtivas sofrem com uma espécie de árvore 'tóxica' para pessoas e animais.

Dos 10 países mais populosos em milhões, encontram-se na Ásia a China com 1.397,89, a Índia com 1339,33, a Indonésia com 275,12, o Paquistão com 238,18, Bangladesh com 164,1, o Japão com 124,69 e a Rússia com 142,32. Já do lado ocidental, temos os Estados Unidos com 334,99, o Brasil com 213,45 e a Nigéria com 219,47 (aproximadamente).

Se avaliarmos os países com desertos, a maioria está localizada no lado oriental do mundo, o que significa que há uma área agrícola muito escassa para as pessoas, resultando em pouca disponibilidade de alimentos e desenvolvimento. Os desertos são: Saara (Argélia, Chade, Egito, Líbia, Mali, Mauritânia, Níger, Saara Ocidental, Sudão, Tunísia) com 9.200.000 km²; Árabe (Arábia Saudita, Iraque, Jordânia, Kuwait, Omã, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen) com 2.330.000 km²; Gobi (China, Mongólia) com 1.295.000 km²; Síria (Síria, Iraque, Jordânia, Arábia Saudita) com 500.000 km²; e Kara-Kum (Turquemenistão) com 350.000 km². No lado ocidental, estão localizados os desertos menores, como Kalahari (Botsuana, Namíbia, África do Sul) com 900.000 km²; Patagônia (Argentina) com 673.000 km²; Chihuahuan (México) com 362.000 km², Grande Vitória (Austrália) com 348.750 km² e Great Basin (Estados Unidos) com 343.169 km². O terceiro maior deserto é o Gobi, que se estende por grande parte da China e da Mongólia, com 1.295.000 km².

Quando falamos dos países mais populosos do mundo, podemos observar que seis deles estão localizados no oriente. A China é o país mais populoso, com uma população de 1.410.539.758 habitantes, seguida pela Índia, com 1.389.637.446, Indonésia com 277.329.163, Paquistão com 242.923.845, Bangladesh com 165.650.475 e Rússia com 142.021.981 habitantes. Já no ocidente, os Estados Unidos possuem uma população de 337.341.954 habitantes, seguido pela Nigéria com 225.082.083, Brasil com 217.240.060 e México com 129.150.971 habitantes.

Realmente, a idade média da população é um índice interessante (a médio e longo prazo) para se analisar a estrutura demográfica de um país ou região. De acordo com os dados disponíveis, é possível observar que alguns países do Ocidente têm uma população mais envelhecida, enquanto países do Oriente tendem a ter uma população mais jovem. Além dos países mencionados, é importante lembrar que outros fatores podem influenciar a idade média da população, como a taxa de natalidade, mortalidade e imigração (além da quantidade e qualidade da alimentação).

A Europa ocidental (quase todos os países da UE) tem o maior índice, com Mônaco liderando com a população mais velha, com a média de idade de 55.4 anos, seguido do Japão 48.6 (que politicamente não se pode considerar uma nação oriental ou Eurasiana), depois vêm São Pedro e Miquelon, 48.5, Alemanha, 47.8, e Itália, 46.5.  Do oriente mesmo podemos ver Hong Kong, cuja média é 45.6 anos, Taiwan 42.3 e Rússia 40.3.

Os índices de fertilidade por mulher seguem uma lista que não caberia aqui, liderada pelos países do continente africano seguido da Ásia e oriente médio. Para ter uma ideia, o 1º é o Níger, com 6.82, filhos por mulher e o 58º é as Filipinas, com 2.78. Os índices de fertilidade por mulher variam bastante ao redor do mundo. Segundo dados de 2020 do Banco Mundial, o Níger de fato lidera a lista, seguido por outros países africanos como Chade, Mali e Somália. Entre os países asiáticos e do Oriente Médio, destacam-se Afeganistão, Iêmen e Síria, com taxas acima de 4 filhos por mulher.

Por outro lado, em países desenvolvidos e com maior acesso a métodos contraceptivos, as taxas de fertilidade são bem mais baixas. No Japão, por exemplo, a taxa de fertilidade é de apenas 1,4 filhos por mulher, e em muitos países europeus, como Espanha e Itália, a taxa está abaixo de 1,5 filhos por mulher.

Se analisarmos esses dados de forma equilibrada, podemos perceber que dividir o mundo em duas partes é quase impossível por questões óbvias. Não podemos simplesmente traçar uma linha imaginária e dizer "você fica do seu lado e eu fico do meu". "Você é um atlante e nós somos eurasianos". Grande parte do Oriente, em verdade, depende do Ocidente para atender às suas necessidades básicas atuais. Se considerarmos apenas os números, podemos observar muitos interesses  materiais do Oriente no Ocidente, tornando evidente que essa divisão nunca será efetiva na prática. Se a separação acontecesse, provavelmente não duraria muito tempo devido à população mundial que temos hoje. Evidentemente não é apenas a questão material em jogo.

Observe tudo isso. 

Agora, pense em política. Pense como as agendas definidas pelas elites podem ser implementadas sem imposição forçada (física e psicologicamente, ou até sub-reptício). Pense em política e religião. Pense nas grandes potências que entram nesses dados e seus planos de imperialismo. Pense em como a implantação de agendas e interesses das elites é cada vez mais difícil na era da internet, onde a informação é amplamente disponível e a opinião pública é cada vez mais influenciada por uma variedade de fontes. Poderíamos também colocar aqui números sobre religião e perseguição religiosa, números sobre saúde, números sobre perseguição política... 


Pense agora em tudo sob o filtro da realidade. 


Compare com as notícias que se vê, os discursos. Será que há manipulação da linguagem? Quando falam em sustentabilidade, a palavra tem o significado  real ou um que querem que você acredite? Quando falam em liberdade e democracia, as palavras têm um significado real condizente com a realidade que se vê ou um diverso? Quando falam em salvação do mundo, quando falam em mundo melhor, quando falam em igualdade, revolução industrial, nova ordem... Tudo pode parecer diferente do que se vê por aí. 


Observe os movimentos. Por exemplo, para além do que as Big Techs já fazem,  no Canadá, o projeto de censura à internet do governo Trudeau,  C-11, se torna lei. Aqui, o projeto de Lei  2630/2020, denominado de "Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet", está sendo empurrado com urgência para aprovação. 


Discurso e realidade, são iguais?



E irão errantes de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a palavra do Senhor, mas não a acharão. Naquele dia as virgens formosas e os jovens desmaiarão de sede.

Amós 8.12-13



*Elvis Rossi da Silva. Cristão, pai de família, advogado pós-graduado. Autor de artigos jurídicos, escritor e jornalista independente registrado no MTP.

 

Livros do autor: Circo Do Mundo  , Fábulas para Hoje  , Pensamentos ao Filho  , Contos Para a Infância , Plúrimas  , Aos Amigos que Não Tenho

 

Telegram: https://t.me/fakingmeter

 
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