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O HOMEM QUE VENDEU A LIBERDADE

Realmente as Sagradas Escrituras possuem, se posso assim chamar, todos os arquétipos humanos possíveis.

Ante essas eleições vemos pessoas dizendo que se votarem em certo candidato, comerão picanha novamente.

Eu teria algumas considerações óbvias a fazer sobre o preço da carne (especialmente a picanha) de alguns anos e de hoje, bem como sua acessibilidade aos mais pobres ontem e hoje. Mas isso sairia do verdadeiro objeto da questão.

O que está revelado no pensamento que descrevi é o espírito de Esaú, o filho primogênito de Isaque. Pelo que nos mostra o texto bíblico, um homem carnal, baixo moralmente, a ponto de vender a primogenitura justamente por um prato de lentilhas.

Da mesma forma, hoje, os que expressam o desejo de trocar seu futuro (e de todos os que porventura ame) entregando seu país nas mãos de uma quadrilha (comprovadamente) por míseros quilos de picanha, mostram o desprezo pelo que há de mais valioso na vida, a liberdade. São seres que se renderam aos aspectos mais instintivos da vida, deixam de lado a realidade espiritual, as coisas que estão acima do desejo de comer carne, um verdadeiro ato profano. 

O que esperar de pessoas assim? Apenas o que Esaú revelou, ódio, ódio acusador, ódio homicida, incapaz de reconhecer a vileza dos próprios atos. 

Esaú é o arquétipo daquele que se finge de vítima das circunstâncias ao vender a própria graça divina na sua vida por um pedaço de carne antes do jantar. Uma pequenez de alma digna de desprezo. 

Por sorte nossa esperança está nAquele que do último faz o primeiro e, do primeiro, o último.



*Elvis Rossi da Silva. Cristão, pai de família, advogado pós-graduado. Autor de artigos jurídicos, escritor e jornalista independente registrado no MTP.

 

Livros do autor: Circo Do Mundo  , Fábulas para Hoje  , Pensamentos ao Filho  , Contos Para a Infância , Plúrimas  , Aos Amigos que Não Tenho

 

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