Praticamente dois meses de Guerra
entre a Ucrânia e Rússia, o que é o mesmo que dizer: “um grande pepino para a
humanidade”.
Para entender o problema não há
como não passar por um tema que o Professor Olavo de Carvalho já tratava muito
antes de descobrirmos a existência da palavra Globalismo, que é a existência de
três blocos de poder mundial que estão, naquilo que é essencial aos seus
objetivos, em disputa pelo controle mundial: o Califado Universal, o Eurasianismo
e a elite Globalista Ocidental.
Uma segunda coisa que precisamos atentar
é que, embora possa haver interesses econômicos envolvidos, a coisa vai muito
além disso, e resumir tudo ao aspecto do puro interesse econômico só poderá trazer
idéias equivocadas sobre o que poderá acontecer.
E uma terceira coisa essencial é
que, se não atentarmos para o que o maior ideólogo (declarado) do Eurasianismo, Alexander
Dugin, está dizendo, não há como entender o que o lado Russo-Chinês deseja.
Dugin trata os fatos com uma
seriedade difícil de ser compreendida se não considerarmos que a doutrina
eurasiana por ele encabeçada tem aspecto espiritualista, meio holística,
açambarcada por um ‘’cristianismo’’ cujo papel central é levar (ou restaurar) a
“salvação” e a “fé” ao mundo, uma mística evidentemente particular, a ponto de
levar a coisa toda como uma guerra espiritual entre Cristo e o Anticristo ou o
próprio Diabo, uma luta final entre o
bem e o mal. É evidente que o projeto eurasiano de poder assume, em oposição ao
Globalismo Ocidental, uma roupagem mística e missionária.
Um retorno ou recuo de qualquer
dos lados em conflito parece ser mesmo impossível, especialmente porque os
planos do Eurasianismo e do Globalismo Ocidental estão avançados (o que se
intensificou nos últimos dois anos) e não há sinais de que vão parar.
Pelo que se revela, não há
escapatória de a Rússia dominar, ao menos grande parte, da Ucrânia (e quem virá
depois?), inclusive porque há uma causa motivadora central nesse projeto, a
proteção dos católicos (igreja) ortodoxos da Ucrânia, que, sem a Rússia, seriam
exterminados pelos globalistas e nazistas dali. Da mesma forma que, sem a Rússia,
o mundo será dominado por um misto de Satanismo e Ateísmo da Elite Globalista
Ocidental (convenientemente deixando de lado, por enquanto, pelos dois blocos
em conflito, o Califado Universal).
Dá para ver a posição (e o
Professor Olavo também já explicava com maestria) que a Rússia assume. Sua postura
messiânica (a designação é minha) sobre o mundo, onde Putin seria um novo Czar melhorado
e ‘eleito’, é para restaurar o grande Império russo, salvando o mundo dos
demais Globalistas (ao menos dos ocidentais num primeiro momento, que é o ponto
central de todas as declarações até aqui), numa trama verdadeiramente apocalíptica
e sem trocadilhos.
A coisa assim caminha não para a
solução, mas a manutenção de um estado de guerra que, ao que parece, pode
crescer e chegar ao nível nuclear. O “cabo-de-guerra” entre a Ucrânia e Rússia
(que já não é mais só entre a Ucrânia e Rússia) parece indicar este caminho.
Dugin diz ser impossível, ainda
que se quisesse, recuar da situação que a guerra trouxe (queiramos ou não vem se
tornando mundial), cuja única saída é a dominação completa da Ucrânia pela
Rússia.
Isso tudo torna a rivalidade dos
três blocos ainda mais evidente, a tal ponto que ignorar sua existência, métodos
e objetivos é simplesmente fechar os olhos para a realidade e criar uma
narrativa totalmente falsa sobre o que ocorre e o que poderá ocorrer, inclusive
no nível mundial.
Eis aí a complicação, um pepino gigante
do qual o Professor Olavo já comentava há anos de como o desenrolar das coisas
poderiam ser.
Tendo isso em vista, não há como não
chegarmos à seguinte conclusão: ou se terá um poder dominante mundial, onde o
mais forte subjugará os demais e ‘’escravizará’’ a população mundial, ou teremos
uma guerra mundial onde nenhum dos poderes irá querer se submeter ao outro. E com
o desmantelamento dos EUA e sua força militar (que seria o único país capaz de
opor-se de fato a estes projetos), dá pra ver que quem está levando vantagem nessa
disputa é o Esquema Russo-Chinês, ou não estaria “peitando” todos os países da
OTAN, inclusive EUA, já por dois meses.
Fico por aqui.
*Elvis Rossi da Silva. Cristão. Advogado. Pós-graduado em Direito Civil e
Direito Processual Civil. Pós-graduado em Direito Tributário. Graduado em
Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de Marília. Autor de artigos
jurídicos. Escritor. Jornalista independente registrado no MTP.
Livros do
autor: Circo Do Mundo , Fábulas para Hoje , Pensamentos ao Filho , Contos Para a Infância , Plúrimas , Aos Amigos que Não Tenho
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