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A “SUAVIZAÇÃO DA POLÍTICA DE DISCURSOS DE ÓDIO DO FACEBOOK E INSTAGRAM PERMITINDO POSTS QUE PEDEM MORTE DO PRESIDENTE RUSSO.

 

A coisa é muito mais problemática do que se pensa. Vamos começar dizendo um fato inegável: a internet, as redes sociais, abrangem uma boa parte da sociedade mundial, e boa parte da população brasileira.

 

E se podemos falar algo a respeito da questão jurídica nessa história, é que todos os que fizerem postagem que ‘exijam’ a morte ou a agressão de Putin ou ao soldados Russos poderiam estar cometendo um delito. Fosse aqui no Brasil, o delito seria de incitação ao crime, ainda que de forma virtual. Já a Rússia classifica a conduta como Extremista e já age numa ação penal contra a Meta. E não adianta apagar postagem porque os servidores são obrigados a manter as informações de todo o tráfego arquivadas, ainda que elas não apareçam mais ao público. A questão aí prejudica o povo, mas não alivia para o lado da Gigante Tecnológica.

 

Outra coisa; não é porque uma gigante da tecnologia permite em suas plataformas a prática de crimes, que as pessoas estarão acobertadas por alguma excludente de ilicitude nem que a conduta torna-se juridicamente irrelevante, pois não é. Aliás, tal conduta pode desaguar em coisas muito mais funestas.

 

Outra coisa, se a prática chegar ao Brasil, e espero que não chegue, algo mais preocupante poderia estar acontecendo. Ainda que por aqui não se considere a prática da postagem em si como crime, a ação da gigante tecnológica no Brasil poderia ser enquadrada como crime contra a Ordem Política e Social do Estado Brasileiro, pois não é difícil que tal atitude fomente a desordem para suscitar certo terror e atentar contra a segurança do Estado brasileiro, já que estamos ante um quadro de guerra de um dos países mais belicistas da história.

 

Daí surgem as perguntas: quais seriam os objetivos reais por detrás desta atitude? E se esta atitude fosse um atentado à soberania do Brasil, ofendendo ou expondo a perigo a soberania do País? Ou se o objetivo fosse provocar uma guerra contra o Brasil? É preciso cuidado pois tudo isso é, realmente, plausível.

 

 

Mas a coisa pode ir ainda mais fundo e saiba porquê.

 

 

Num hiper-resumo da questão, podemos dizer, ela está relacionada a um contexto bem maior, às forças Globalistas que se movimentam no mundo para conquista-lo. Uma destas forças é a Russo-Chinesa, que encabeça o pensamento eurasiano moderno, a outra, liderada pelos Meta-capitalistas ocidentais, da qual fazem parte as mega empresas de tecnologia. Essas duas forças competem entre si (embora haja zonas cinzentas de interesses). Assim, a questão está entre as convicções da Rússia (Putin) quanto ao seu papel no mundo e as do império da Big Tech.

 

Em 2021, Putin, no Fórum Econômico mundial (local onde são geradas muitas das idéias relacionadas a esta força meta-capitalista ocidental), falou que a “dinâmica abrangente sob Biden (representante destas forças ocidentais), continua a ser degenerativalevando-nos à guerra mundial ...”.

 

Putin ainda foi enfático ao dizer que uma das políticas reformadoras do mundo deve ser a da “prevenção da tomada de controle da política mundial por gigantes da tecnologia; eles estão de fato competindo com os Estados". Traduzindo, Putin abertamente definiu os aspectos mais práticos desta batalha, a confrontação entre o poder das armas do Globalismo Russo-Chinês e a força da tecnologia tirânica da Big Tech.

 

É preciso ainda dizer que essa Big Tech (Amazon, Apple, Meta e Microsoft) fazendo parte desse poder Globalista, um dos seus métodos, a censura do pensamento e da liberdade de expressão, passou a ser sua “política” ordinária, calando tudo e todos os que não se conformam ao seu discurso politicamente correto, isso foi notado de modo claro e incisivo a partir da última eleição presidencial nos EUA, onde a conta do Twitter do então Presidente D. Trump foi sumariamente cancelada. Daí para cá a coisa só vem piorando, e os exemplos por estas bandas da América do Sul são muitos.

 

Autorizando temporariamente postagens com discursos violentos contra soldados russos e pedindo a morte do presidente da Rússia, Vladimir Putin, revelam-se duas coisas escrachadamente problemáticas. A primeira é a inegável característica ditatorial destas empresas de tecnologia, quer dizer, fazem o que querem a quem querem, de modo que o certo e o errado, a moral, é aquilo que eles definem no momento. Inimigo é todo aquele que não esteja de acordo com sua vontade/política. E nem venha com essa de que são empresas privadas etc... porque sua natureza extrapola interesses puramente internos ou econômicos delas mesmas, esse tipo de empresa de tecnologia hoje são entidades cuja força política pode, sim, competir com a força política e econômica dos Estados. Desse modo sua atuação chega a ser, e não é demais dizer, praticamente de um ente Supra Estatal, ou supranacional. A segunda é, talvez a pior, pois está intimamente vinculada ao espírito, à psique humana, é a sua capacidade de manipular, de impor condutas, de criar ódio e pânico histérico. Basta verificar as pesquisas sobre “inteligência” artificial para ver que uma das coisas que mais se pesquisa é o comportamento humano, e bem sabemos hoje que há tecnologia algorítmica para prever e direcionar o comportamento humano em tempo real, em certa medida.

  

E o que isso tem a ver conosco, simples mortais? Ora bolas! Tudo.

  

A primeira coisa é que essa natureza de poder que as citadas megaempresas de tecnologia ostentam, sua força e sua influência inegável, tornaram-nas verdadeiros agentes políticos.  E evidentemente estão a serviço de forças que querem controlar a sociedade mediante a manipulação e a censura.

 

A segunda é que evidentemente estão declarando que elas podem, conforme lhes “der na telha” estabelecer quem é ou quem são os inimigos da “humanidade”, e, manipulando a sociedade, fomentar o ódio, a perseguição, o preconceito, a xenofobia, a matança e até o genocídio, ou a desestabilização de um país, quem sabe até uma guerra total, e quem sabe, jogar cidadãos contra os próprios cidadãos, se é que já não fazem isso em certa medida.

 

A terceira é que não há meios capazes, hoje, de parar essa força tecnológica que domina, praticamente, tudo (um simples exemplo, o Judiciário brasileiro que usou no primeiro ano da “pandemia” o sistema do Google Meet para fazer audiências). Que força a ela se compara, como Putin quis dizer, senão a das armas?

 

Olavo de Carvalho no debate com Dugin bem salientou o aspecto dessa tecnologia no atual estágio de coisas:

 

“(...)

A tecnologia, que, de um lado, aprimora os instrumentos de controle social ao ponto de poder determinar até a conduta privada dos cidadãos sem que estes possam nem mesmo perceber que são manipulados e, de outro, insufla criatividade no livre mercado de modo que este possa continuar crescendo mesmo sob o controle estatal mais opressivo.”

  

Do lado deste Globalismo Ocidental também existe a força das armas (veja o imbróglio que temos na questão da Ucrânia hoje), embora a preferência revolucionária deste lado seja de natureza Socialista-Fabiana. Mas veja que o problema não é a tecnologia, e nem as armas, diga-se de passagem, mas as mentes, os ideais, os sonhos de dominação que estão por detrás dos botões das mesmas!

 

Tudo isso se trata, no fim, do uso da mentira, da inversão dos valores e, inclusive, da destruição dos valores mais altos da sociedade, onde se manipula informações, se cria fatos, narrativas, inimigos, permite-se ou cria-se ódio revolucionário, incentiva-se a perseguição de pessoas, censura-se isso e aquilo que desagrada os ideais adotados pela elite, cria-se agências de “checagem de fatos”, de checagem da “verdade” a ponto de deixar o falecido John Milton de cabelos arrepiados na sepultura ao ver tamanha censura. E o prejudicado é a humanidade que cai como patinho nessa armadilha.

 

Onde a ausência de valores superiores, vetores maiores e imutáveis que sirvam como guia nas questões mais profundas da humanidade vão deixando de existir, pouco a pouco leva-nos, seja de um lado, seja de outro, a uma diminuição ainda maior da liberdade humana e, por fim, da própria humanidade.

  

 

*Elvis Rossi da Silva: Advogado. Pós-graduado em Direito Tributário. Pós-graduado em Direito Civil e Direito Processual Civil. Graduado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de Marília. Autor de artigos jurídicos. Escritor. Jornalista independente registrado no MTP.

 


 

Livros do autor: Circo Do Mundo  , Fábulas para Hoje  , Pensamentos ao Filho  , Contos Para a Infância , Plúrimas  , Aos Amigos que Não Tenho

 

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