Algumas coisas soam, infelizmente, um tanto quanto constrangedoras de se dizer (ou continuar dizendo) porque estranhamente parece que perderam a obviedade. Caminhando para quase dois anos de inauguração da triste pandemia mundial, certas coisas não deveriam estar mais acontecendo, porém, por incrível que pareça, dão sinais de agravamento. Falo da pandemia paralela de autoritarismo, de tirania praticada por inúmeros governos. Ainda que a população de inúmeros países estejam protestando abertamente em manifestações nas ruas contra medidas draconianas que provaram ser ineficazes, evidentemente prejudiciais, tais governos continuam insistindo em fazer ouvidos moucos para o clamor público.
Observe que este não é um artigo médico, ao contrário, mas é necessário que se refira a algumas questões, digamos, obter dictum, para chegarmos ao ponto.
A vacinação obrigatória abriu caminho para uma era não apenas de experimentação médica não consensual para toda humanidade, na contramão da proibição que vinha sendo estabelecida desde as ignóbeis experiências nazistas (que alguns já chamaram de investimento em ciência), como para a eliminação das liberdades, liberdades que eram ponto central nas democracias, como o direito de expressar um pensamento, comprar remédios vendidos há setenta anos, e, até, a imposição de restrições sociais e a perda dos meios de subsistência (perda do emprego).
Não bastasse, o discurso desgastado e pseudo científico dos líderes mundiais e certos bilionários filantropos, que impuseram o distanciamento social, o uso de máscaras, restrições de viagens, cancelamento de celebrações, fechamento de igrejas (embora já tivessem declarado que isto se tornaria parte do nosso “novo normal” sem nos perguntar), insistem em manter e recrudescer os meios de imposição das mesmas medidas (ainda que evidentemente ineficazes), mesmo diante de protestos em massa contra elas ocorrendo mundo afora (claro que você não verá isso nos meios de comunicação comuns).
E, embora a vacina seja vendida como uma forma de acabar com a pandemia e nos fazer voltar ao normal, ela não pode, uma vez que foi avaliada (desde o começo) apenas por sua capacidade de diminuir os sintomas, não reduzir o risco de infecção, hospitalização ou morte. Muito embora alguns lugares tenham falado (como no estado de são paulo, por exemplo) que teriam 100% de eficácia, logo, miraculosamente, e sem explicações maiores, foi diminuindo, diminuindo... até que chegamos, em alguns lugares, na 4ª dose de "reforço" (e alguns já falam, como o Dr. Fauci, que teremos de tomá-las a cada seis meses - nada mais lucrativo).
Essas vacinas tiveram autorização de uso emergencial, e ainda não concluíram os testes, já que a cada período de semanas se acrescentam mais e mais efeitos colaterais que vão surgindo pelo mundo (sem falar da sub-notificação que há no Brasil). Assim, continuam sendo experimentais e algumas fabricantes querem, sabe-se lá por qual motivo, esconder os dados e documentos sobre elas do público por anos a fio, e já tentam movimentar os pauzinhos junto aos fazedores de lei.
E mais, agora, ainda que experimental, e ainda que crianças, segundo os médicos, tenham uma taxa de infecção extremamente inferior aos adultos, a ponto de ser algo desprezível estatisticamente, estão impondo sua aplicação nas pequenas criaturas indefesas (como se alguém ainda pudesse se defender).
Só mais um dado, agora linguístico. Uma agência oficial de saúde, na Itália, confessou que faz uma grande diferença usar as preposições essenciais "com" e "de", mormente quando se trata de questões médicas (pesquise aí).
Então, passando por essa ladainha, chegamos onde interessa. O ponto é simples. Como disse no início: o autoritarismo. Mesmo que essas medidas, todas, funcionassem, mesmo que funcionem (como eu disse, este não é um artigo médico), ainda assim onde nos encontraremos daqui a alguns anos (talvez meses) continuando essa crise de democracia?
A pergunta é pertinente, pois as autoridades "cientificistas" começaram declarando uma inverdade, ou, no mínimo, cometendo um erro gravíssimo de administração ao falar algo que não sabiam, por exemplo, eficácia, efeitos e quantidade de doses de vacina necessárias. Isso por si já é motivo suficiente para, numa empresa particular, responsabilizar um administrador seja por dolo ou culpa. Imagine ao tratar-se da vida humana, da liberdade, do direito de escolha, do direito à integridade do próprio corpo e por aí vai. Depois, caminhando para quase dois anos, insistem em aplicar as mesmas medidas restritivas que não deram certo no começo, agora, obviamente não dará também. E ainda que dessem resultado, onde fica a liberdade? Qual o limite do poder destas "autoridades"? Uma autoridade que extrapola os limites da lei, da moral, ainda é uma autoridade? Elas poderão fazer qualquer coisa? Podrão construir (como em alguns países já fizeram), locais de confinamento para não vacinados? Invadir casas e arrastar crianças do colo das mães? Quem sabe, brevemente, invadir os ventres e matar em nome da saúde e da melhoria da espécie? Até onde poderão destruir a liberdade em nome da "saúde"? Até onde poderão destruir a democracia em nome da democracia?
Será que alguém já parou para pensar que a saúde perfeita jamais existirá porque o ser humano um dia morrerá (como todos os demais seres vivos), e morrer é ir perdendo a saúde, a integridade das células aos poucos? Será que vão querer tratar esse problema também da mesma forma? Espero que a cúpula mundial do clima não tenha nenhuma ideia brilhante sobre isso.
A verdade é que não se pode querer, sob o pretexto de "saúde", destruir a vida, vida que exige liberdade para existir. Muitos já entenderam que não há vida sem liberdade e, caso permaneçam inertes, a cada dia perderão mais e mais essa parcela substancial da vida humana, que vai para além do bem-estar físico.
Democracia não pode ser tratada como um conceito de dicionário, deve ser tratada como a descrição de algo palpável, real, que se vê e experimenta no seio da sociedade. A sociedade que não entender isso, em breve sucumbirá sob a ambição de uma elite mundial misantrópica, incapaz de sentir qualquer compaixão por quem quer que seja.
* Elvis Rossi da Silva é advogado, escritor e jornalista independente registrado no MTP.
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