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A escalada do autoritarismo 2: o olho que tudo vê



A escalada do autoritarismo no nível mundial vai muito bem, obrigado. Não fosse eu mesmo a ver o que vejo a cada dia, teria sérias suspeitas de quem me estaria contando, se estaria falando a verdade ou descrevendo uma obra de Huxley, ou Orwell.

Me parece que realmente a derrocada da humanidade (com louváveis exceções de muitos cidadãos - infelizmente não tanto quanto necessário - que ainda enfrentam a tirania, de peito aberto, nas ruas contra todo o aparato do Estado nas mãos de tiranos como os presidentes da Itália, de França, a chanceler da Alemanha, o primeiro ministro da Austrália, a presidente da Argentina,  o primeiro-ministro do Canadá etc. etc., por aqui inumeráveis e inomináveis prefeitos e governadores) está acontecendo numa velocidade que Marx, Stalin, Hitler ou Mao, jamais sonharam.

É claro que esta empreitada não vem de hoje, qual seja, o plano de controlar a população como cordeirinhos arrebanhados por lobos famintos, vem de longe (quem sabe ainda escrevo sobre, mas hoje a coisa se tornaria longa demais). Mas apenas de passagem, não é à toa que o primeiro símbolo da sociedade fabiana era um lobo em pele de cordeiro (depois passou para uma tartaruga). Emfim.

A coisa mais apavorante (se se pode dizer assim) vem, como nos esclarece bem John Taylor Gatto e Charlotte Thonson, do sistema educacional, nos tornando passivos e, de lambuja, emburrecendo (claro que com todo carinho e dedicação) a população para não conseguir identificar as ações subversivas contra a própria sociedade. Mas passivos a quê?

Passivos à tirania, por obediência mecânica, passivos ante ferramentas criadoras de dissonância cognitiva e manipulações várias (conforme nos mostrou também Pascal Bernardin), assim, quando começou a onda de ordens tirânicas e sem sentido em 2020, começando por distanciamento, máscaras de pano e indo logo para o fechamento de tudo (com as consequências óbvias deste ato - falências, desempregos, inflação, desabastecimento,  pânico, depressão, suicídios etc., etc., etc.), e diante de crimes praticados pelos agentes públicos contra cidadãos honestos, estava deflagrada a escalada da tirania global (global porque, não sei se você percebeu, todos estavam fazendo a mesma coisa contra o povo através globo).

Assim, como dizia minha vovozinha, "quem aceita um tapa leva o segundo de graça", a corrida pela destruição da liberdade havia começado. De modo que nem constituição, nem lei (menos ainda esta, pois abaixo daquela), nem a razão (e esta deveria estar acima de todas aquelas), realmente importavam, mas a destruição das liberdades, da segurança, do direito, e a criação de um estado mental passivo, voltado para o Estado todo-poderoso.

Aí entramos no tema de hoje, o caminho para a vigilância total, o olho que tudo vê.

Não pense que o tal passaporte é para saúde. Não é. É fato conhecido que a imunização, tão pregada pelos governos, indústria farmacêutica e meios de comunicação, não imuniza (as próprias sociedades médicas já declaram isso - aliás, desde o ano passado a própria sociedade brasileira de imunologia declarou que a vacina não imunizava com a eficácia tão pregada),  e se não imuniza (ainda que imunizasse seria errado), a exigência de se mostrar um ''documento'' de que você tomou um experimento médico-científico para continuar com sua vida "normal" não pode ser considerado algo lícito, muito menos moral, sendo pura manipulação, controle e, obviamente, o gérmen da vigilância total. 

Se se aceita passivamente fechar tudo, perder emprego, passar necessidade, andar com panos na cara pela eternidade, ser preso por andar na rua ou na praia vazia e jamais ver a família novamente, obviamente que se aceitaria mais coisas. Porém, algo ainda mais grave ocorre. A partir do momento que se aceita contra a vontade consciente do ser humano a intromissão em seu corpo (ainda que fosse algo comprovadamente benéfico), aí a ''vaca já foi para o brejo''.

O corpo é o templo sagrado do ser humano, é o ser humano em sua expressão física, o ente físico, e tal é a mais evidente (sem a qual o humano não existe) expressão da personalidade por si, e a personalidade humana é um direito natural sem o qual não há humanidade, mas sua transformação em coisa. Não pode, por isso, ser violado. Os direitos da personalidade são inatos ao ser humano, cabendo ao Estado apenas reconhecê-los para efeito de positivação legal, mas jamais pode violá-los, e a higidez física faz parte destes direitos inerentes (se não for o mais importante). 

Deste modo, aceitando-se tal violação, nada pode ser pior a não ser a própria destruição da pessoa, seja mental ou fisicamente. Por isso é que existem leis que definem como crime o homicídio, o estupro, o constrangimento ilegal, e, pasmem, até a violação do cadáver humano! Por quê? Oras! Porque somos humanos. A desumanização é a porta para tudo o que existe de ruim para a vida.

Permitir a invasão do seu corpo (introduzir uma substância, tirar-lhe um pedaço, injetar-lhe um medicamento ou modificar seus genes) ou tirar o direito da pessoa garantir que seu próprio corpo não seja violado, é o máximo de invasão que o ser humano pode dar a alguém sobre seu corpo, por isso, nada mais pode ser pior, pois a possessão daquilo que um dia foi privativamente seu já não o é mais.

E o que vem a seguir? Bem, apenas a vigilância em massa para eliminar totalmente a possibilidade de desobediência pela população, já possuída pelo ditador, e o passaporte é um destes mecanismos de vigilância; não é sem motivo que já se tem aplicativos para isso, já que todos levam o celular até para o banho hoje em dia. 

Por fim e desta forma, como até a igreja se rendeu a tudo isso (e já está sofrendo as consequências de tal omissão), no lugar da Divindade estará o Estado (controlado por uma patotinha toda poderosa, é claro), o olho que tudo vê, o grande irmão (e a tecnologia para isso já está aí, ou sendo usada ou às portas); o Estado será aquele que lhe "dá o de comer", a "segurança da vida saudável" e as "drogas legais capazes de te dar toda a felicidade" que um bom devoto e fiel crente pode querer de seu senhor, assegurando, pela tecnologia, que todos sejam obedientes e não tenham "pensamentos/comportamentos inadequados contra essa nova ordem de coisas".

E não pense que esse processo de censura (apoiado por jornalistas, pasmem!!!), de prisões ilegais, de investigações ilegais e intermináveis contra os cidadãos, contra jornalistas,  contra políticos de direita (e agora também impedindo os cristãos de praticarem o proselitismo de sua fé), seja coincidência, pois não é, faz parte do plano. Todos estes perseguidos são ameaças ao novo sistema de governo autoritário.


Fico por aqui.




*Elvis Rossi da Silva é advogado, escritor e jornalista independente.

(texto modificado aos 25/09/2021 às 14h52)


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