Pular para o conteúdo principal

BASTIAT E A GUERRA DO SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO


No Brasil a "paulada é uma em cima da outra".

 

Hoje foi publicada a lei 14.192, de 2021, que mudou o artigo 323 do Código Eleitoral, que trata de um crime eleitoral.

 

A questão é a seguinte. Num Estado onde as leis e as instituições se movimentam em direção à liberdade e à soberania da vontade do povo, não há o que temer, pois, mesmo quando se tratar de uma lei duvidosa ou contrária a liberdade, haverá a esperança de que a justiça prevaleça.

 

Mas em tempos nos quais as instituições (seus exercentes, entenda-se), que deveriam balançar o estandarte da liberdade, buscam criminalizar a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa, e até o pensamento, não há como notar que algumas leis são criadas às pressas para, justamente, ir eliminando (ainda que pelas bordas) a liberdade. Ainda mais interessante quando se nota que a nova redação da lei veio ‘atravessada’ numa lei que trataria apenas de questões relacionadas à política de defesa dos direitos da mulher.

 

A referida norma amplia as circunstâncias/meios os quais o crime pode ser cometido. Impossível deixar de perceber que a nova lei aparece justamente quando se tem tanto falado/questionado (e protestado por todo o país) sobre falibilidade do sistema eleitoral pátrio e a necessidade de modifica-lo dando-lhe mais segurança e publicidade, especialmente após a gravíssima denúncia feita pelo Presidente da República sobre a violação do sistema do Tribunal Superior Eleitoral (veja aqui).

 

Nasce a pergunta: como (ou contra quem) essa lei será aplicada chegando-se perto das próximas eleições?

 

Contudo, talvez um breve alívio, é que há mais de 150 anos, Frédéric Bastiat escreveu seu tratado intitulado A Lei, dizendo que quando a lei se torna uma fonte de saque ou se coloca em oposição à moral do povo, o povo reconhece a lei como imoral e a despreza totalmente.

 

Prevalecerá a soberania do povo sobre a soberba-mania das “instituições” ?

 

  

*Elvis Rossi da Silva é advogado, escritor e jornalista independente. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MITOMANIA, SEGURANÇA E ELEIÇÕES

    Voto Universal, Fiscalização do processo eleitoral, Auditoria dos votos, Opiniões, Jornalistas e Livros, proíba qualquer um destes e teremos algo bem diverso de uma democracia.  Certas autoridades do Estado, que deveriam levantar sempre a bandeira da liberdade, vêm aumentando a perseguição e a criminalização da liberdade de expressão, da liberdade de imprensa e até de pensamento. Expor os riscos ou crimes contra um sistema usado para dar concretude à democracia é um dever cívico . Apenas o criminoso, que não quer ser descoberto, pode argumentar contra esse dever.  O sufrágio é o direito que o cidadão tem de escolher seu representante político (é o voto). Fosse um país sério, mecanismos eletrônicos para exercer o voto seria tema contínuo de discussão.  O sufrágio não pode ter intermediários (mesmo nos sistemas que utilizam o voto indireto, escolhendo-se delegados que depois votarão, o voto direto não deixa de existir no caso da eleição do próprio colegiado e deste para o pre

O TERMÔMETRO NOSSO DE CADA DIA

O TERMÔMETRO NOSSO DE CADA DIA OU A LIBERDADE É NEGOCIÁVEL?     As coisas andam para uma alienação da liberdade sem precedentes, onde a população simplesmente aceita qualquer coisa vinda do estado, ainda que sem lei, sem comprovação de eficácia e sem importar o resultado de tudo.   Para mim isto beira à psicose.   A palavra “saúde pública” parece que tornou-se um Pir Lim Pim Pim moderno. Saúde não é e nem tem como ser separada da “vida real”, quer dizer, na vida real, em sua complexidade, a saúde, a economia, o trabalho e a liberdade fazem parte de um mesmo ‘pacote’ . Não é possível separar esses elementos como se fosse um livro de anatomia onde a ‘pessoa’ é vista em partes; ora, nem preciso dizer que não é uma pessoa no livro, mas apenas a figura que a representa; a pessoal real estaria sem vida se fosse dividida como nas figuras, já não seria mais a pessoa. A vida real também é assim. Não bastassem as máscaras (e não vou ficar falando de microbiologia, virologia, infect

Que resta do ocidente?

Talvez o que vemos hoje seja uma grande piada das Elites mundiais (que governam das sombras), ou a implementação tragicômica de planos diabólicos capazes de criar eventos de proporções mundiais, com resultados mais ou menos direcionados. A exemplo dos EUA ter um presidente como J.B., uma grande piada contra aquilo que restou de sério no bastião do ocidente, ocidente que fora origem e auge dos valores civilizacionais que superaram tudo que se havia vivenciado na história. A derrocada da única democracia que de fato atingiu o nível de, poderíamos dizer, "ter dado certo", só ocorreu por ser baseada em pessoas com elevados valores, senso de dever e amor ao Criador, como já previa Tocqueville. Essa democracia cristã foi, inquestionavelmente, a causa de os EUA ter sido o único país, na complexa modernidade, capaz de manter o mundo num período de relativo equilíbrio contra as forças malignas que buscam a todo custo ascender como dominadoras do mundo livre. Mas aquilo que é a força d