Pular para o conteúdo principal

PASSAPORTE DE VACINA, IRRAZOÁVEL E INÍQUO OU: UM NOVO APARTHEID E O CAMINHO PARA A SERVIDÃO

 PASSAPORTE DE VACINA, IRRAZOÁVEL E INÍQUO OU:

 

UM NOVO APARTHEID E O CAMINHO PARA A SERVIDÃO

 

 

 

Algumas coisas vão nos cansando, o que também é uma técnica usada na lavagem cerebral em massa, o fastio, onde as pessoas simplesmente, por não suportarem mais ouvir ou ver algo, cedem absolutamente ao que se lhes impõe (aceitam tudo sem questionar mais). Já estaríamos assim?

 

Alguns podem ter pensado que o passaporte de vacina seria algo que ficaria pela Europa. Não ficará e já está dando as caras por aqui. Qual o preço da liberdade? O que daria o homem em troca de um “passaporte de salvação”? (salvação entre muitas e muitas aspas). Dará o homem “tudo o que tem para salvar a própria vida"? (Jó 2:4 ). Esse messianismo científico (pseudo científico, diga-se, para piorar as coisas), ao contrário do que se pensa, é um caminho sem volta. 

  

Quem acompanha o processo de implantação de uma nova ordem de coisas, da nova ordem mundial, da corrida globalista (não globalismo), verifica a cada dia que a coisa vai ainda se agravar. A situação dos direitos civis, das liberdades públicas, por exemplo (direitos que existem para serem opostos a ações ditatoriais, arbitrárias do Estado contra o ser humano), vai de mal a pior.

 

Pense bem. Seria razoável não expor um ex presidiário que matou alguém, mas expor um cidadão que não se vacinou? Seria razoável não impedir um pedófilo de sair de casa, e razoável impedir um cidadão de entrar num local público por não se vacinar? Você não pode anotar numa CTPS o motivo de alguém ter sido demitido por justa causa, mas poderá exigir um passaporte de vacina para contratar alguém? Não pode demitir por justa causa um ébrio contumaz, mas poderá demitir um cidadão que não quer se vacinar? Você não pode exigir exame de HIV de alguém por ser evidentemente uma discriminação, mas pode impedir uma mãe de entrar em um supermercado para comprar o alimento da família se ela não apresentar o cartão de vacina em dia?

 

Independentemente da questão médica entrecruzada ao tema (se a vacina funciona ou não como vacina, se faz ou não bem), fato é que o passaporte de vacina é uma aberração política (e jurídica), uma violação a tudo que se conhece sobre liberdade, igualdade e não discriminação.

 

Mas vamos tratar da coisa pelo lado mais básico, um aspecto simples, apenas na questão do DADO PESSOAL SOBRE A SAÚDE. Veremos que coisa ultrapassa os limites do razoável.

 

Como já dissemos ano passado sobre a questão do termômetro, o monstruoso  passaporte é medida que expõe um dado de saúde da pessoa, portanto, de sua intimidade, e não pode ser publicada ou publicizada sem o consentimento da pessoa, o que já gera uma violação, pois sendo um dado da personalidade da pessoa (se tomou ou toma algum remédio ou se tem ou teve alguma doença), não pode ser divulgado coercivamente.

 

Mas em casos excepcionais, a lei pode limitar esse direito, não pode?

 

Não, pois a lei (nem mesmo uma emenda constitucional poderia) não pode eliminar o direto (pois é humano fundamental). Mas restringi-lo, pode! Apenas se não eliminá-lo, não inutiliza-lo na prática. E o que se vê no passaporte é a eliminação não só do consentimento, como da privacidade, personalidade e da liberdade (liberdade em múltiplos aspectos). 

 

A legislação não pode dispensar o consentimento prévio do cidadão pois este é condição para a garantia da privacidade, da personalidade e liberdade (veja que sempre caímos nesses direitos), e tais dados de saúde só podem ser usados internamente pelo Estado para ações médicas que não violem a liberdade do sujeito. Nem poderia haver previsão de divulgar os dados de saúde na frente de todos, muito menos impedir a vida normal do cidadão. Mesmo que um médico efetue este procedimento, o clínico não pode revelar aos circunstantes nem a temperatura corporal do cidadão, nem se está doente, ou se é ou não submetido a um tratamento médico, ou toma algum fármaco, ou submetido a terapia qualquer. Seria uma exposição não apenas vexatória, mas uma estigmatização da pessoa violando a mais básica liberdade, privacidade e personalidade. Veja que a simples exposição já cria uma segregação social intransponível.

 

Pergunto. Onde estará o consentimento expresso do cidadão?

E mais: Todos os dados de saúde do indivíduo poderão ser tomados e tornados públicos e ainda usados contra ele mesmo pelo Estado?

 

Pelo jeito a vontade do cidadão e a confidencialidade já foram para o brejo! E sem isso, o resto é mero faz de conta.

 

Se não se pode exigir teste de gravidez de empregada, ou de esterilização de qualquer empregado, por qual motivo se exigiria, de todos, testes de doenças, ou de tratamento genético, ou terapia genética ou imunológica?

 

Já disse em outro lugar, isso é claramente um perigoso processo de engenharia social, senão de higienização social disfarçada. Que tal fazer também um teste de DNA para ver se no futuro o sujeito ficará doente, ou se terá filhos saudáveis, viáveis, ou se é propenso a crimes, ou se é de uma raça inferior? Ou se tem propensão a ser um batalhador braçal e não intelectual? Por que não fazer já isso ainda no embrião e modifica-lo geneticamente e criarmos um homem perfeito? Ou perfeitamente submisso!

 

Mas e a “vida” das pessoas, não conta?

 

Aí é que entra a questão: A liberdade é negociável para você? Qual o preço dela? A vida existe sem liberdade? Até onde pode o Estado (uma elite arrogante de políticos que decide, sem sua participação, quem será livre ou não) impedir a vida normal das pessoas? Imagine se disserem que numa pandemia qualquer no futuro, as mulheres grávidas teriam mais probabilidade de infectar as pessoas e por isso deverão matar seus filhos ainda no ventre, ou, que crianças transmitem um patógeno e devem ser, pelo bem da humanidade, assassinadas. Qual seria a diferença? Não é a "ciência" falando e protegendo as vidas? Muito dramático? Está certo. Que tal outro quadro: num futuro próximo, alguém inventa um remédio qualquer e faz a humanidade toma-lo sob pena de perder sua liberdade.

 

A intimidade, o segredo relativo à saúde, à situação clínica do cidadão, o consentimento expresso e esclarecido, e a liberdade devem ser protegidos, pois, no fim, se se pode violá-los, se pode violar qualquer outro direito (se se pode o mais, se pode o menos!).

 

Outra coisa deve ser dita, que a “licitude” (se é que é lícito) deste procedimento de realizar-se ou não o registo e exposição dos dados, depende, em primeiro lugar, do consentimento do titular dos dados, do cidadão, mas, para este consentimento ser válido, tem de ser entregue em condições que garantam a liberdade inerente a essa manifestação. Numa situação de constrangimento, de pressão, certamente não será válido. Aliás, a coação, seja física ou moral, para o direito, invalida (nulifica) qualquer ato (ou foi assim pelo menos nos últimos séculos até 2019). Além disso, não há manifestação de vontade se ela não é livre e consciente. Vontade só existe se é livre, não sendo livre, é outra coisa, menos vontade.

 

Aí pergunto (e é uma questão fundamental): impedindo a entrada num trabalho, num supermercado, farmácia, numa escola, impedir andar na rua, ir à uma praça, receber um benefício previdenciário, impedir entrar num hospital público, há liberdade para a manifestação de vontade, a vontade manifestada será livre, ou será fruto de uma pressão, uma coação? "Você pode não tomar o remedinho, mas também não come, não mora e não se move mais!". Que bela liberdade, não!?

 

As ameaças nestes casos, em si, já são qualificadas por suas conseqüências, não são meros “dissabores comuns do dia a dia”; diria que são mais que qualificadas. Veja que algumas são estigmatizantes (rotulam a pessoa, faz os outros terem uma visão muito negativa sobre ela) e outras podem até matar. Tal ameaça é concreta, é de um dano gravíssimo e iminente.

 

Então, o passaporte de vacina é razoável?

 

Objetivamente falando, em favor do cidadão, não. O que se vê é apenas medo, controle e o caminho para um Apartheid e para servidão, um caminho para um futuro totalitário e desumano.


O que virá depois?


 

Fico por aqui.

 

 

  

Elvis Rossi da Silva é advogado e escritor.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MITOMANIA, SEGURANÇA E ELEIÇÕES

    Voto Universal, Fiscalização do processo eleitoral, Auditoria dos votos, Opiniões, Jornalistas e Livros, proíba qualquer um destes e teremos algo bem diverso de uma democracia.  Certas autoridades do Estado, que deveriam levantar sempre a bandeira da liberdade, vêm aumentando a perseguição e a criminalização da liberdade de expressão, da liberdade de imprensa e até de pensamento. Expor os riscos ou crimes contra um sistema usado para dar concretude à democracia é um dever cívico . Apenas o criminoso, que não quer ser descoberto, pode argumentar contra esse dever.  O sufrágio é o direito que o cidadão tem de escolher seu representante político (é o voto). Fosse um país sério, mecanismos eletrônicos para exercer o voto seria tema contínuo de discussão.  O sufrágio não pode ter intermediários (mesmo nos sistemas que utilizam o voto indireto, escolhendo-se delegados que depois votarão, o voto direto não deixa de existir no caso da eleição do próprio colegiado e deste para o pre

A POLÍTICA DOS DUENDES

Em homenagem a Bernardo Guimarães ("Orgia dos duendes", poema original do autor). I Meia-noite soou no Congresso, No relógio de sino do salão; E o líder, soberano do processo, Sentou-se no assento de decisão. Deputado apanhava os projetos E no plenário debates acendia, Revirando discursos complexos, Para uma reforma de grande folia. Ao lado, um político astuto, Que saíra do antro dos conchavos, Pendurado num cargo pelo umbigo, Manipulava subornos aos favos. Senador, uma figura amarela, Resmungando com ar carrancudo, Se ocupava em frigir na panela Os acordos com propinas e tudo. Ministra com todo o sossego A caldeira do esquema adubava Com o sangue de um velho premente, Que ali mesmo co'as unhas sangrava. Empresário fritava nas banhas Que tirou das entranhas do Estado, Salpicado com pernas de aranhas, Frescos contratos superfaturados. Vento norte soprou lá na sala, Prestígio na mesa espalhou; Por três vezes ecoou a matraca, Na coalizão o deputado acenou. E o líder com as m

O TERMÔMETRO NOSSO DE CADA DIA

O TERMÔMETRO NOSSO DE CADA DIA OU A LIBERDADE É NEGOCIÁVEL?     As coisas andam para uma alienação da liberdade sem precedentes, onde a população simplesmente aceita qualquer coisa vinda do estado, ainda que sem lei, sem comprovação de eficácia e sem importar o resultado de tudo.   Para mim isto beira à psicose.   A palavra “saúde pública” parece que tornou-se um Pir Lim Pim Pim moderno. Saúde não é e nem tem como ser separada da “vida real”, quer dizer, na vida real, em sua complexidade, a saúde, a economia, o trabalho e a liberdade fazem parte de um mesmo ‘pacote’ . Não é possível separar esses elementos como se fosse um livro de anatomia onde a ‘pessoa’ é vista em partes; ora, nem preciso dizer que não é uma pessoa no livro, mas apenas a figura que a representa; a pessoal real estaria sem vida se fosse dividida como nas figuras, já não seria mais a pessoa. A vida real também é assim. Não bastassem as máscaras (e não vou ficar falando de microbiologia, virologia, infect