SOBRE VIDA, RISCO, TRATAMENTOS e OBVIEDADES
Fizeram-me uma pergunta (capciosa por excelência), se não sou médico, por que é que dou palpite em alguns assuntos.
Primeiramente não dou palpites médicos, o que mostra o nível de analfabetismo funcional do sujeito. Mas suponhamos que ninguém mais possa falar do que acontece no mundo, e que ainda assim estejamos bem no centro das consequências das decisões dos manda-chuvas do mundo e da própria opinião da rede bobo de TV ou CNN, por exemplo.
Partamos, então, desta hipótese: se não somos médios, não podemos dar palpite. Pois bem. Porém, seremos outra coisa.
Não sendo médico, serei paciente (e olha que até médicos podem assumir tal posição!), e, como tal, estarei (ou tu) no lado perigoso da foice da morte e, estando nesta posição (para alguns, indesejável), o que estará em risco será minha vida e, assim, como é ela o bem supremo humano (meu ou teu), tenho o pleno direito de decidir se quero ou não, tentar qualquer tratamento ou remédio que exista, ainda que os órgãos governamentais ou a mídia digam (sumariamente) que não possua tratamento "comprovado" específico para tal mal (ou doença). Cabe a mim (eu ou tu apenas), mais ninguém, decidir se quero ou não ficar e esperar o brandir da foice ou realizar um tratamento para tentar preservar minha vida. Ninguém mais pode decidir, se quero, devo ou não tratar o mal que me assola.
Alguns esquecem que a aspirina era prescrita por Hipócrates séculos antes de Cristo e que também causa efeitos colaterais em algumas pessoas, mas também possui certa eficácia e até hoje é usada, haja vista seus maiores benefícios. Mas prossigamos.
Por tal razão, ninguém pode proibir um tratamento ou remédio que exista e que de alguma forma é comercializado ou usado para esta ou outra doença, porque a preservação da vida está acima disso (e esta obviedade, a preservação da vida, está até em tratados internacionais. Que coisa, não!?). E o consentimento informado do paciente também está em tratados internacionais. Assim, a decisão, sempre, é do paciente e do médico, ma no fim, o sim ou não, é do paciente, por enquanto, o dono da própria vida (ou não é mais?).
Apenas um paralelo. Por exemplo, o câncer, que ninguém conhece ainda como funciona direito (por isso ainda não tem cura perfeita para todos, segundo médicos e a Big-Pharma). Os fármacos que existem são tentativas para tratar e salvar o paciente. Não vejo ninguém querendo impedir o tratamento com os "coquetéis". Depois veja os dados de eficiência (quanto funciona e quanto não funciona), aqui.
Assim, concluindo, sendo eu (ou você) o paciente, apenas eu posso decidir se faço ou não um tratamento, se quero ou não tomar um remédio, e impedir-me de tratar ou impor-me um tratamento (qualquer que seja) viola o mais básico direito humano.
*Elvis Rossi da Silva é advogado e escritor.
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