Pular para o conteúdo principal

NOVILÍNGUA, FOME E H. G. WELLS

NOVILÍNGUA, FOME E H. G. WELLS


Hoje farei um esforço para falar sobre um absurdo, diria, nível titânico. 

Não sou versado em economia, não é muito minha praia, sejamos sinceros, mas sou versado em conversar com pessoas, seres humanos de carne e osso (alguns infelizmente mais osso que carne nesta altura do campeonato) e, pelo que me contam, as coisas, certamente e por óbvio, não vão nada bem.

Recebi um e-mail da OAB Nacional sobre uma tal audiência pública que debaterá "alternativas para recuperação de micro e pequenas empresas em crise". Calma, respiremos... Vamos lá.

Estava claro que o fechamento (a proibição sistemática e tirânica da atividade econômica) das empresas levaria a um desastre de proporção mundial (mesmo com uma enormidade de especialistas e a própria OMS posicionando-se contra o fechamento, alertando os prejuízos irreparáveis do Lockdown), principalmente em países pobres e emergentes (emergentes são os países pobres, mas com potencial de sair do buraco) onde empresários e trabalhadores autônomos vendem hoje para pagar as contas de ontem, além de terem de pagar uma enormidade de impostos (municipais, estaduais e federais) e taxas que nunca pararam de chegar (sem falar das folhas de pagamento).

Será que apenas meu vovozinho (Deus o tenha em seus braços) sabia que "o que fazemos tem consequências e temos de pensar no que faremos antes de fazer?" Será que governos de todo o mundo, economistas, estrategistas políticos, e toda essa trupe de "especialistas" sabichões não sabiam que o resultado seria esse? Seria a teoria do choro livre? Da economia a gente vê depois?

Pois bem. Agora se discute o que se fará como "alternativas para recuperar empresas em crise"? Isso deve ser a novilíngua em ação. Deveriam dizer: ressuscitar empresas assassinadas! 

No direto existe a figura do arrependimento eficaz, quando alguém que está cometendo um crime se arrepende e, no meio do caminho, evita o resultado, ele impede o resultado. Mas o que vejo agora são criaturas que impuseram dolosamente (por livre e consciente vontade) ou apoiaram medidas que evidentemente destruiria pequenas e médias empresas, uma enormidade de trabalhadores autônomos, bem como outros prestadores de serviços, enfim, a classe média (que gira a economia), querendo agora voltar no tempo. Sinto lhes dizer: a máquina de H. G. Wells  ainda não existe! 

Não precisa ser Prêmio Nobel em economia para prever o que aconteceu. Passar panos quentes e buscar "soluções alternativas" (seja lá o que isso signifique) para resolver o que se tornou um verdadeiro crime de genocídio, é pura demagogia. Na novilingua "faminto é saciado", "falência é oportunidade", só pode ser isso.

Não vou falar hoje sobre planos Globalistas dos Meta-capitalistas em converter a humanidade em escravos econômicos e estabelecer a renda básica universal. Embora já tenha falado sobre isso por estes tempos (procure Fórum de Davos).

Enfim, basta conversar com a senhorinha no mercado, o vendedor ambulante, o empregado de uma pequena empresa que já corre o risco de não conseguir alimentar a família e não  pode pedir aumento de salário porque já está na iminência de ser despedido, para ver como  estão indo "dos bolsos" depois de um ano de lockdown. 

Para ajudar, como se já não fosse o suficiente, vêm surgindo no horizonte sombras sinistras sobre obrigatoriedade da vacina, se a pessoa poderá ou não exercer um meio de subsistência lícito na sociedade, num futuro próximo, caso não a tome.


Valei-nos Senhor!




Elvis Rossi da Silva é advogado e escritor.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MITOMANIA, SEGURANÇA E ELEIÇÕES

    Voto Universal, Fiscalização do processo eleitoral, Auditoria dos votos, Opiniões, Jornalistas e Livros, proíba qualquer um destes e teremos algo bem diverso de uma democracia.  Certas autoridades do Estado, que deveriam levantar sempre a bandeira da liberdade, vêm aumentando a perseguição e a criminalização da liberdade de expressão, da liberdade de imprensa e até de pensamento. Expor os riscos ou crimes contra um sistema usado para dar concretude à democracia é um dever cívico . Apenas o criminoso, que não quer ser descoberto, pode argumentar contra esse dever.  O sufrágio é o direito que o cidadão tem de escolher seu representante político (é o voto). Fosse um país sério, mecanismos eletrônicos para exercer o voto seria tema contínuo de discussão.  O sufrágio não pode ter intermediários (mesmo nos sistemas que utilizam o voto indireto, escolhendo-se delegados que depois votarão, o voto direto não deixa de existir no caso da eleição do próprio cole...

O TERMÔMETRO NOSSO DE CADA DIA

O TERMÔMETRO NOSSO DE CADA DIA OU A LIBERDADE É NEGOCIÁVEL?     As coisas andam para uma alienação da liberdade sem precedentes, onde a população simplesmente aceita qualquer coisa vinda do estado, ainda que sem lei, sem comprovação de eficácia e sem importar o resultado de tudo.   Para mim isto beira à psicose.   A palavra “saúde pública” parece que tornou-se um Pir Lim Pim Pim moderno. Saúde não é e nem tem como ser separada da “vida real”, quer dizer, na vida real, em sua complexidade, a saúde, a economia, o trabalho e a liberdade fazem parte de um mesmo ‘pacote’ . Não é possível separar esses elementos como se fosse um livro de anatomia onde a ‘pessoa’ é vista em partes; ora, nem preciso dizer que não é uma pessoa no livro, mas apenas a figura que a representa; a pessoal real estaria sem vida se fosse dividida como nas figuras, já não seria mais a pessoa. A vida real também é assim. Não bastassem as máscaras (e não vou ficar falando de microbiologia...

FALSA GAFE JURÍDICA E O FUTURO SOMBRIO DO BRASIL

Certas declarações chocariam o mais relapso aluno  primeiranista   de direito ao fazer questionar o significado de liberdade de expressão alicerçado pelos séculos, além de pôr em xeque a aviltada exigência de notável saber jurídico exigido pela Constituição Federal para o exercício de certas funções. Certa autoridade causou “ perplexidade” (para dizer o mínimo) , ao afirmar, em suma, que um criminoso, ao jogar um homem de cima de um viaduto, teria levado ao extremo a liberdade de expressão. Seria risível, não fosse trágico. Para além da mera ignorância, veremos que tal declaração indica um propósito. Porém, vamos por partes. Lembremos antes que a liberdade de expressão está presente em diversas constituições de países livres, além de garantida pelos mais importantes tratados de direitos humanos. Trata-se do direito de manifestar ideias, opiniões, crenças, críticas e visões de mundo sem medo de censura ou punição arbitrária. Esse direito inclui a expressão oral e escrita (e...