AUTORITARISMO
É AUTORITARISMO EM QUALQUER HORA E LUGAR
Não há diferença entre um sistema de autoritarismo religioso e um ateu, ou, se preferir, laico. Um Estado (seus políticos dirigentes) podem ser autoritários, abusivos, intrusivos, embora se denominem moderninhos e científicos, tanto quanto o mais radical religioso.
O radicalismo político-científico (nome que estou dando à moderninha onda política baseada numa ciência de última hora), é tão destruidor como o radicalismo religioso. Explico.
O religioso possui a polícia religiosa que garante que jamais, dentro ou fora das casas dos cidadãos, se pratique qualquer religião que não seja a oficial. O radicalismo político-científico também tem a sua polícia política, que são os braços de ferro que garantem os atos absurdos, invasivos e destrutivos da liberdade dos ‘’cidadãos’’. Cidadãos entre aspas porque, em qualquer desses dois exemplos, os habitantes da terra serão seres oprimidos ou, ouso dizer, muito pior neste último (radicalismo político-científico), pois não só acaba impedindo a liberdade de crença e culto, como acaba por reduzir as pessoas a uma subumanidade, num nível de real escravidão.
É sabido que nos países cuja religião radical, bem ou mal, há uma lei religiosa (ainda que injusta) que é conhecida e reconhecida pela população, mas nos países autoritários moderninhos científicos e laicos, como o nosso vem se tornando nos últimos meses, nem sequer há uma lei conhecida, basta simplesmente, do dia para a noite, conforme o inquestionável humor de seu ditador (ou Governador/Prefeito, na nomenclatura antiga), determinar que ninguém mais pode rezar em templos sagrados, ou manter comunhão com o próximo, ainda que familiares, nem exercer seu direito de existir (quer dizer, meio de subsistência), nem ir a um local comprar mantimentos (quer dizer, existir), e nem mesmo dar meramente as caras na rua.
É claro que há quem diga que tudo isso é moderno, necessário, científico e, caso não goste, que “o choro é livre”, afinal, é tudo pela existência (ainda que nos reste saber que seria a tal existência, de quem, quê e que forma).
Assim, segue-se nessa nova democracia, onde Constituição se tornou periódico lúdico, Tribunais, as novas lavanderias, as forças armadas, nova estatal federal de asfaltamento, e as polícias dos Estados a nova Schutzstaffel; democracia que tem como direito moderninho para os cidadãos trabalhadores o ‘ficar calado e trancafiado em casa’ e, aos criminosos, a prática do mal, garantindo-se a estes salvo-conduto perpétuo.
Elvis Rossi
da Silva
Advogado
OAB/SP 242.985
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