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O FIM DA PROPRIEDADE PRIVADA ou: ESCRAVIDÃO PURA E SIMPLES

 O FIM DA PROPRIEDADE PRIVADA ou:

ESCRAVIDÃO PURA E SIMPLES

 

 

Uma das piores coisas planejadas pelos autoproclamados novos deuses da humanidade é a destruição da propriedade privada e a criação de uma nova servidão. Mas vamos por partes.

 

Nesta realidade (com a licença de qualquer outra imaginada pelos mais criativos), a humanidade está ligada à materialidade (não confundir com pejorativo materialismo).

 

O ser humano se desenvolve na medida que domina o mundo ao redor; tanto é que está vinculado a uma necessidade inextirpável de sua natureza, o trabalho, e este possui uma característica que também não se pode desarraigar, os seus frutos. Não haveria humanidade sem o labor e os frutos deste. Será?

 

Imagine uma sociedade muito rudimentar, que não tem condições de produzir ferramentas nem fogo, ela viverá de quê? Daquilo que coletar para, no mínimo, se alimentar; a coleta é o trabalho e a comida que ingere para a vida são os frutos do trabalho (para a vida, saúde), sem os quais estes seres humanos, naturalmente, pereceriam. Mostre para mim uma única sociedade humana que existiu (e não se extinguiu) ou exista que nunca realizou um único e mínimo trabalho para se manter; agradecerei sua ajuda na busca da verdade.

 

Fato é que o fruto do trabalho está ligado a ele, de modo que não há trabalho (útil) que não produza frutos. É fato que a apropriação dos bens materiais do mundo segue esse trabalho, que é seguido pelo desenvolvimento do homem. E quanto mais trabalha, mais desenvolve habilidades, e quanto mais adquire habilidades e bens, mais tem condições de desenvolver-se. Dessa forma, é óbvio que o desenvolvimento humano está ligado ao trabalho, à aquisição de bens e ao conhecimento (desenvolvimento de tecnologia). Isso faz com que o homem se distinga dos sapos ou das lagartixas.

 

Os seres humanos, então, quanto mais acumulam riquezas e conhecimento, mais se libertam, seja do jugo da natureza cruel (pós Adâmica), seja do jugo do Estado. Obviamente que pode haver exceções, sempre existirão pessoas que não precisam de muito, os que nada precisam a não ser da natureza e o que ela dá, aqueles que dizem que precisam só de luz, ou ainda aqueles que só das esmolas de quem trabalha, mas exceção não é a regra. Um exemplo; um ser humano que conseguiu acumular um determinado patrimônio poderá muito mais facilmente se dedicar ao estudo, ao desenvolvimento intelectual ou artístico, à família, ou ao merecido descanso que seja do que alguém que passa doze horas por dia trabalhando para comprar a janta das crianças.

Preste atenção que não tem nada a ver com ambição desmedida que é o aspecto degenerado da coisa (isso, o aspecto degenerado dos ‘senhores do mundo’).

 

Alguém pode estar pensando: mas no feudalismo medieval os camponeses é que não tinham direitos, não tinham nada. Sinto muito, mas quem diz isso está enganado, pois, ainda que houvesse uma precariedade se comparada com os dias atuais, o novo feudalismo é terrivelmente pior. Mais, Jacques Le Goof, diz que “antes da revolução industrial, a Europa, como o resto do mundo, ignorava a dominação do econômico sobre o social, sendo os fenômenos econômicos, afinal, eles próprios inseparáveis de seu contexto social. ” O que quer dizer que o aspecto econômico seguia o aspecto social (cultura, crenças). Mas havia desenvolvimento econômico, havia produção agrícola, havia dinheiro, havia comércio, e havia a possibilidade de acúmulo de riquezas (como se hoje todos fossemos multibilionários, não é?!), tudo baseado, aliás, na realidade da sociedade (suas crenças, suas hierarquias...). Poderia dar inúmeros exemplos de liberdade e propriedade na idade média (muitos destruídos com o advento do estado moderno e por fim com a revolução francesa - veja Régine Pernoud - LUZ SOBRE A IDADE MEDIA), mas não cabem aqui. Ademais, quanto mais riquezas e propriedade uma pessoa possuía, aumentava sua responsabilidade proporcionalmente, e ele arcava com suas obrigações com seu próprio patrimônio (e não como o Estado faz hoje, cria e recria obrigações contando com teu dinheiro e tuas noites em claro), sem falar que havia a dimensão religiosa onde esta pessoa ‘rica’ empregava parte de sua riqueza para propósitos piedosos.

 

Assim, o que esses Lordes do The great reset estão querendo fazer (ou já estão fazendo) é algo que um Senhor Feudal jamais pensaria, eliminar totalmente a propriedade privada, pois sabia que a propriedade estava ligada não só ao desenvolvimento humano, à liberdade, mas ao próprio sentimento das pessoas, e com ela havia naturalmente obrigações comunitárias. Aliás, aqueles que extrapolavam certos limites sofriam conseqüências ou pelos próprios camponeses, ou de outros Lordes ou até da Igreja. E qual o limite dos Resetianos?

 

Mas se por qualquer ângulo que se olhe o aspecto (nesta realidade) o ser humano está ligado à materialidade, ao trabalho e aos seus frutos para se manter e desenvolver, por que é que esses novos ‘senhores do mundo’ pensam em fazer isso? Simples. Veja. Há dois tipos de trabalho, o útil, e o inútil. Aquele sempre produz fruto bom sob o aspecto social e de desenvolvimento da pessoa, já o último (que no fim não se enquadra no conceito de trabalho) só pode existir como uma forma de fraude ou roubo disfarçado (vê-se muito no Estado moderno, mas não entrarei em detalhes hoje), e esses novos Lordes (usando o termo de forma pejorativa), são os maiores acumuladores, os maiores monopolistas que existem, de modo que, com suas imensas fortunas buscam comprar consciências e ditar as regras do mundo, ou melhor, transformar o mundo num feudo global, onde os trabalho é teu, mas os frutos serão deles.

 

Acontece, então, que todo trabalho produz frutos. Assim, alguém terá de ficar com esses frutos. Ocorre que somente duas possibilidades existem para se definir quem fica com eles: ou é o que trabalha (ou ao menos parte dos frutos ficam com ele) ou apenas um terceiro fica com os frutos enquanto o que trabalha não tem nada. Isso mesmo, este último é pura e simplesmente a escravidão. O ‘novo senhor globalista’ não apenas fica com os frutos do trabalho do escravo, como é também dono do escravo (que por definição nem é considerado pessoa, mas propriedade). Não preciso falar sobre escravidão aqui, não é!? E sem nada, sem possibilidade de adquirir e acumular riquezas, por mínimas que sejam, como é que você conquistará (comprará até) sua liberdade? Esta é a proposta (na verdade o projeto) do G. Reset quando prega que “você não terá nada e será feliz”.

 

Você acertou se pensou que alguém então ficará com os frutos, já que haverá alguém trabalhando, pelo menos, para produzir o básico para viver. Sim, alguém terá de ser o dono das terras, depois das sementes, das ferramentas, maquinário, dos transportes, das fabricas, dos remédios, das vontades etc. etc. E se não é quem trabalha, o povo, quem será?

 

Ora, a história já mostrou que a ideia de fim da propriedade privada vinda da utopia socialista é balela pura, alguém sempre terá a propriedade, mesmo que seja ‘o Estado’, esse ‘Estado’ (que se diz que também acabará) não é gente, terá de existir alguém mais ‘’capacitado” agindo em “para o seu bem” ao menos para “organizar” a coisa, que, no fim, será (ou serão) os verdadeiros donos de tudo.

 

Engraçado que esses semideuses megalomaníacos estão comprando terras, dominando mercados mundiais (como de remédios, sementes e vacinas), comprando parlamentos, financiando organizações, intelectuais que divulguem suas “ideias” etc., estão sempre adquirindo mais e mais. Será que no final eles doarão tudo e ficarão como qualquer cidadão da Nova Ordem, sem nada e felizes? Duvido muito.

 

Nada me tira da cabeça que isso tudo é, além de ambição degenerada, uma perversidade, expressada pela ideia do “THE GREAT RESET”, se contrapondo ao maravilhoso “LET THERE BE LIGHT” de Deus. Um trouxe à existência a luz da vida, o outro, tenta obscurecer e inverter blasfemamente a natureza da criação de Deus, natureza dada ao homem para que a dominasse e usufruísse para seu crescimento.

 

Fosse tal ideia uma brincadeira, no mínimo seria de mal gosto. Mas para infelicidade de muitos ela é real.

 

 

Elvis Rossi

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