LAVAGEM CEREBRAL EM MASSA
Hoje de manhã vi a chamada dum
artigo do Pe. Paulo Ricardo que dizia algo como “o desânimo é pecado e devemos
lutar contra ele” e, de fato é. Isso me inspirou a escrever o que segue. Não
que não haja sempre o que escrever, pois, o que não faltam são absurdos (se
tomarmos o termo como algo análogo a ‘coisas destruidoras das virtudes e da
verdade’), o que também consumiria boa parte dos meus dias e, realmente, não
posso me entregar a esse luxo e nem sei se teria estômago para tal, mas às vezes é que realmente cansa,
e esse cansaço acaba dando lugar ao desânimo. Então lutemos contra ele (com a ajuda de
nosso SENHOR, sem a qual nada poderemos fazer).
Mas vamos lá.
O que anda ocorrendo, e não é
novidade, mas parece que alguns ainda não perceberam ou teimam em não acreditar
é que já temos uma ditadura instaurada, que fez o Presidente “já ir tomando
modos”, de forma que passou a ser o pavimentador mor da nação. Não que ele não
seja honesto e honrado, ao contrário, até onde sei é o presidente mais honesto
que essa nação já teve e, acredito, terá (embora só Deus saiba o que nos
espera). Mas é fato que quem manda hoje no Brasil é um poder que se materializou
numa certa corte outrora chamada de acovardada (não tão covarde, hã?!).
Enfim, passado este breve proêmio,
vamos então ao tema central. Lavagem cerebral em massa.
Joost Meerloo, psiquiatra que passou pelos horrores do regime
nazista (conseguiu fugir não antes de passar por algumas ‘boas’), estudou os
métodos usados pelos regimes totalitários para fazer ‘’lavagem cerebral’’ em
massa (e individualmente), estudo relatado em um de seus livros “Lavagem cerebral – Menticídio: o rapto do
espírito”.
Um dos métodos usados que
tentarei resumir, consiste no seguinte (aliás, excelentemente usado por Stalin e Mao,
aquele teórico do esquema; também usado pelo Nazismo, mas com menos eficácia - explico
a razão mais adiante).
1- A linguagem é transformada (já
que a linguagem é o elemento que faz a pessoa desenvolver o pensamento e lhe
fixa os elementos necessários para compreender o mundo, resumidamente falando),
então se a utiliza imputando-lhe um ‘’significado
sentimental’’ que não passa pelo mecanismo da “razão”, pela lógica
(simplificada ao máximo). Essa linguagem, “palavras-chaves”, são 2- Repetidas
exaustiva e mecanicamente, sem se importar com sua lógica (a lógica dos
argumentos ou se os fatos são comprovados) e, claro, a 3- Supressão ou a redução
ao mínimo de toda oposição ao discurso. Evidentemente é a propaganda política (política em
sentido malévolo, claro, e que não se confunde com propaganda eleitoral).
O meio de se propagar as ideias do regime foram, justamente, pelos veículos de comunicação em massa,
que hoje (alguém duvida?), são magnificamente mais extensos e acessíveis (e
acessados) do que no século passado. Lá no pretérito século havia o rádio, os
jornais, os panfletos e os megafones (os mais abrangentes e acessíveis pela
população). Hoje, todavia, temos o rádio, os jornais, telejornais, novelas,
filmes, seriados, música, blogs, Youtube, Twitter, APP’s de comunicação etc. (não
citarei outros porque não conseguirei esgotar o rol); em qualquer vilarejo sertanejo
isolado que possua uma tevê lá estará a rede plim plim. Mas alguém poderá dizer: “mas
para isso precisaria controlar os meios de comunicação”. BINGO! Três vezes. Prossigamos.
E o que nos esfregam todos os dias
na nossa cara é justamente esse método.
Ah! sim, por que é que não
funcionou tão bem com o Nazismo nos países que invadiram (o que não quer dizer
que não funcionou em certa medida)? Meerloo explica. É que o Nazismo, embora
usasse a mesma técnica, cometia “um erro”, o de mudar sempre o discurso para
parecer
mais “lógico” para as pessoas, e isso fazia com que um mecanismo mental buscado (um entre outros) começasse a falhar. Qual mecanismo? A
repetição simplificada, exaustiva e a ausência de oposição cria um mecanismo de fastio na
mente, que é uma espécie de
indiferença que vai surgindo, ou a aceitação dos termos sem mais raciocinar, devido ao excesso que a mente já não pode mais suportar (já está ‘’transbordando’’
e a mente fica incapaz de processar mais daquela
informação e passa a aceitar sem
questionamentos). De modo que, a mudança dos “argumentos” pelos nazistas, ‘acionava o mecanismo de “oposição” da mente da pessoa contra o que era dito.
Então, o método visa, por fim, um último resultado (ou mecanismo mental), que é o de criar um comportamento onde as pessoas começam a se perguntar o que o
outro estará pensando, então, começam a agir da mesma forma para não sair
do padrão. Uma espécie de “loucura” generalizada, que funciona bem enquanto o método continua a ser aplicado, impedindo-se sempre a oposição contra
as ideias do partido, do regime, do ‘’líder magnânimo’’.
É evidente que não é o único
método, mas é muito utilizado e sua eficácia é indiscutível, desde que a oposição vá sendo retirada do ar, ou do mundo.
"Por isso vemos o que vemos, um
sujeito com “autoridade”, com palavras doces, empostado, dizendo o que se pode
ou o que não se pode fazer, o que é verdade e o que não é, quem é o inimigo e
quem não é, todo santo dia, repetidamente, em todos os meios de comunicação, enquanto
caçam a oposição, eliminam as vozes dissonantes, as ideias contrárias, quem
mostra a realidade. Dizem hoje, fake isso, fake aquilo, milicianos
isso, milicianos aquilo, bolsonaristas ti ti ti, terrorista-virual
blá blá blá, violação da segurança nacional piriri póróró, blogueiro
fulano, blogueiro sicrano (ao invés de jornalista) e por aí vai (nem falarei da "pandem(ôn)ia").
É isso.
"A desmoralização do público-alvo é mais um passo para o sucesso no controle da mente." Joost A. Merloo
Um abraço,
Elvis Rossi.
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