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INVERTENDO A REALIDADE OU A VERDADE NÃO IMPORTA MAIS?

INVERTENDO A REALIDADE

OU

A VERDADE NÃO IMPORTA MAIS?


É, de fato, impressionante como a mentira vem sendo premiada com a impunidade em nosso país. É como uma Dama premiar seu violentador depois de ser agredida reiteradamente, a ponto de tal conduta assumir uma posição de "direito" do agressor contumaz, invertendo a ordem da realidade.

Reportagens, jornalistas, influencers, POLÍTICOS, PARTIDOS, funcionários públicos e instituições (claro que não elas, mas seus representantes/agentes) etc., simplesmente mentem  (afirmações ou negações falsas ditas por alguém que sabe de tal falsidade), em busca de destruir um adversário político. O uso da mentira por si já é ignóbil, abjeto, mas implica num prejuízo avassalador quando utilizado por meios de comunicação em massa.

Uma sociedade não sobrevive à inverdade generalizada nem à desordem geral, quer dizer, é preciso que os sujeitos que a compõem estejam minimamente confiando uns nos outros ou que os opostos estejam em equilíbrio.  

Porém, a mentira cria "fatos" que desequilibram este balanço de opostos, ainda mais utilizando-se os atuais meios de comunicação em massa, de modo que a estabilidade, o equilíbrio baseado na confiança, se desfaz, assim, a mentira politizada não é apenas para atingir uma pessoa (como uma criança que acusa a outra de pegar um doce, cujos efeitos permanecem neste pequeno círculo), a mentira politizada avança sobre a sociedade buscando manipulá-la, busca romper com a própria democracia, pois esta, como sendo a autodeterminação da sociedade (por isso demo-cracia), é violada descaradamente.

Não me entenda mal. Mão é questão de criar uma "paz" absoluta, de ausência de opostos; nada disso. Como dizia Mário Ferreira dos Santos, a paz "realmente se funda na vontade e implica uma tranqüilidade na ordem, não, porém, necessariamente na aniquilação dos opostos, nem do choque das antinomias, nem do pólemos das oposições. A paz implica, necessariamente, a concórdia; implica a união, ou, pelo menos, a cooperação dos opostos, para alguma realização..."

Quer dizer, não é a necessidade de dar um "cala a boca" na oposição (como a esquerda quer sempre fazer), não. Mas a realização de algo essencial, a própria sobrevivência da democracia, que sem a verdade é impossível.

Explico.

Como falávamos, uma sociedade não sobrevive à inverdade (mentira) politizada pois isso causa uma desordem geral (até porque os meios pelos quais a mentira é veiculada possuem uma velocidade e influência incontestáveis). Eu não vou ficar falando de Televisão aqui nem lavagem cerebral. Mas é pública e notória a técnica da "Grande Mentira e da Retratação Discreta". As fontes de mídia (especialmente os telejornais) são conhecidas por exporem notícias descaradamente desonestas e sem comprovação e, depois de um tempo ou quando são desmascaradas, discretamente e quase inocentemente se "retratam", obviamente sem o alarde feito quando divulgaram a mentira. O objetivo é fazer a mentira entrar no consciente da sociedade.

Quer dizer que, quando há o uso da mentira politizada, como o que vemos hoje, começa-se instalarpela manipulação, a perda da confiança geral da população. A verdade cede lugar à mentira, logo a  sociedade estará, com sorte, sendo dominada, sob uma falsa democracia.

Por isso quando os órgãos como a Presidência da República  praticamente "dá a benção" para redes de TV ou "jornalistas" continuarem mentindo em cadeia nacional, sem entrar com um único processo criminal ou no mínimo divulgar a verdade à população, ficando, em resumo, calada, é permitir a destruição da verdade, da democracia. Essa inércia é quase um crime de prevaricação.

Não é que eu seja contra o atual presidente, nada disso e muito pelo contrário, mas o presidente da república, a procuradoria da república e a advocacia geral da união, tem a posição de garante da sociedade, da democracia, e justamente por ser a democracia um bem, inclusive, tutelado pelo direito, exige uma ação de defesa da mesma, da verdade. Como eu já disse, não é perseguição, é demonstrar a verdade pelos meios legais.

Ora, a legalidade (e esta exige a verdade como bem fundamental, tanto que calúnia e injúrias são inverdades que ferem bens fundamentais do ser humano, como seu reconhecimento social como uma pessoa que respeita a sociedade, possui moral, dignidade, boa fama), exige a busca da verdade, por isso é que, diante de um crime contra a sociedade, certos órgãos e instituições, nos limites da Lei e da Constituição, devem buscar esclarecer qual é a verdade e, havendo crime, puni-lo, pois o prejuízo é da sociedade, da democracia.

Esta atitude de buscar a verdade, de representar a vontade maior do povo, de ouvir a exigência da sociedade, de preservar a ordem, de cumprir a constituição, de agir diante de uma injustiça, de ser justo, honesto, moral, é principalmente exigida dos homens públicos, pois a sua moral e dever cívico deve ser superior ao do homem comum, ao do bonus pater familias (bom pai de família) que refere-se a um padrão de cuidado, análogo ao do homem razoável comum.

Por isso a omissão do presidente e demais agentes públicos compromissados com a verdade é não apenas um prejuízo pessoal, mas principalmente (e é o que preocupa) um prejuízo para a democracia verdadeira e, consequentemente, para a liberdade plena. 


Elvis Rossi

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