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COMO NÃO FALAR DE POLÍTICA?

COMO NÃO FALAR DE POLÍTICA?
 

Nosso país vive uma crise política e institucional gravíssima (um termo bonitinho para falar de sacanagem na frente das crianças). 

Difícil é não falar sobre isso, aliás, parabéns para o Brasil, eis que o povo passou a perceber que a política não é sacanagem, sacanagem é o que um bando de canalhas fazem com ela, e que ela é o que rege o futuro do país - leia-se meu, seu, dos nossos filhos e netos - por isso não se pode terceirizar tal responsabilidade, cabe a cada um de nós.


Fato é que não há Estado de Direito sem órgãos e instituições sãs, quer dizer, em boa saúde internamente (leia-se, gente que está se importando e prestando conta para o povo) e sem políticos éticos (leia-se, sem bandidos ladrões e traidores da pátria sacaneando o povo). Sem isso, temos um simulacro de Estado Democrático de Direito, uma verdadeira demagogia (os demagogos manipulam os interesses populares, através de um discurso bonito, polido; é o conhecido: "por fora bela viola, por dentro, pão bolorento", que sua avó sempre dizia).

Isso porque a realização prática dos Direitos na esfera política se reduz a mera aparência, aplicada pontualmente ao vil prazer de quem detém o poder (resumindo, os "camaradas" fazem o que querem e quando querem).

No fim, o que temos hoje no Brasil - tirando um sonhador eleito pela maioria no cargo da Presidência da República (sistematicamente impedido de governar) que aonde vai é aplaudido e carregado nas costas (sem prévia distribuição de mortadela!), temos um Estado absolutista, onde o poder de algumas poucas pessoas, talvez 11 ou 12, estão acima do povo todo (hoje por volta de 217 milhões ou, eleitoralmente falando, pelo menos 57,7 milhões de pessoas dos 115,8 milhões que foram às urnas, quer dizer,  55,13% dos votos válidos, ou seja, daqueles cidadãos que não deixaram seu dever cívico de lado, resumindo, da maioria).


Assim, os cidadãos já não são mais cidadãos, são (para pegar leve) súditos servientes debaixo da vontade dos seus senhores; e sem Democracia, não temos representantes, temos senhores O Estado já não é um instrumento do bem-estar do povo, não serve mais a estes, é, na verdade, um instrumento de poder nas mãos de uma casta (embora uma casta liliputiana - talvez falemos disso em uma próxima vez).

Não há lugar, num Estado de Direito, para intangibilidades como vemos hoje em certos poderes. 
 
Num Estado de Direito não há reis-Sois, não há lugar para Déspotas Esclarecidos; num Estado de Direito os seus reizinhos, caso surjam, não apenas podem errar, mas podem ser contestados e retirados do poder pelo povo mediante as leis, serem investigados e responsabilizados pelos seus erros (crimes/abusos). Mas num estado absolutista isso não existe, os reizinhos sabidinhos liliputianos estão "acima da carne seca" e preocupados apenas com seu umbigo.

Num Estado de Direito não há lugar para vontades particulares dos reizinhos ou de partidos políticos de esquerda modelando/manipulando as leis e usando as instituições do Estado para liquidar a democracia, o povo e sua vontadeseu legítimo governante eleito.

Sendo assim, já não temos, ao que parece, Estado Democrático de Direito, temos um absolutismo demagógico praticado por alguns déspotas "esclarecidos"(menos esclarecidos que malandros), e somos, todos, seus vassalos, ou melhor, os servos de uma gleba chamada Brasil.

Será isso?


Elvis Rossi

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