Os episódios atuais me lembram do livro "A Revolução dos Bichos", de George Orwell (recomendo).
Na história, os porcos acabaram, após uma revolução na fazenda, dominando todos os demais animais e expulsando os humanos, tornando-se os regentes, legisladores, professores, juízes e carrascos dos bichos.
As leis que foram escritas na parede do celeiro pelos porcos sempre eram reescritas, e a cada vez que os interesses dos porcos mudavam, eles mudavam as leis (conforme melhor lhes beneficiava, é claro, em prejuízo dos demais bichos). Enquanto isso, os demais animais eram cada vez mais maltratados e sua vida se tornava cada vez pior, ao ponto de, aos que reclamassem das decisões dos porcos (sua política), só restar-lhes a morte.
Obviamente os porcos acabaram recrutando os cachorros como guardas, e os novos cães que nasceram foram ensinados pessoalmente pelos suínos, tornando-se sua força militar particular.
Lá também havia uma forte propaganda (feita pelos porcos, obviamente a favor de cada medida que eles tomavam); cada vez mais poderosos, mudaram o significado das palavras, totalmente ao avesso do que os outros bichos viam e viviam: fome era abundância, dor era força, morte era vida, trabalho impossível e absurdo era progresso... e por aí vai. Claro que, no fim, os animais já nem sabiam mais o que era realidade e que era propaganda.
Aliás, quem contrariava ou mesmo desconfiava dos porcos e de seus atos era fatalmente tachado de inimigo dos bichos (tipo, espalhadores da desordem, da antidemocracia ou "fakenews"), contrário à liberdade e ao progresso e sumariamente calados (condenado à morte).
Mas é Claro que o livro é uma mera fantasia e não tem nada a ver com o pensamento comunista de dominação total, nem do pensamento de ódio e genocida ("morte aos inimigos") que o acompanha.
Mais uma "pura coincidência" do que vem acontecendo no Brasil nesses dias.
Elvis Rossi
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