Pular para o conteúdo principal

A CRESCENTE LIMITAÇÃO AO DIREITO DE PROPRIEDADE

A CRESCENTE LIMITAÇÃO AO DIREITO DE PROPRIEDADE

Uma recente decisão do STJ (REsp 1829663) trouxe, ao nosso ver, mais um preocupante precedente contra as liberdades públicas  (os direitos contra os abusos do Estado).

Nessa decisão, ficou estabelecido que "O proprietário do imóvel gerador de débitos condominiais pode ter o seu bem penhorado na fase de cumprimento de sentença, mesmo não tendo figurado no pólo passivo da ação de cobrança."

E o que está por trás disso? O que isso quer dizer na realidade?

A propriedade é o que garante a vida e a liberdade do indivíduo em última instância; historicamente, Estados que limitam ou excluem tal direito, tornam-se (sempre) tiranos, muitas vezes sob uma cortina de falso direito ou falsa legitimidade (e pasmem, para quem não sabe, nossa Constituição é bem clara nessa POSSIBILIDADE limitação da propriedade).

O direito à propriedade privada é inerente à personalidade humana, sendo ela excluída, exclui-se um elemento integrante dessa personalidade, fragmentando a humanidade (algo semelhante à escravidão).

Assim, quando um proprietário de um bem qualquer não participa de um processo judicial no qual poderia normalmente ter participado, e não participando, ainda assim podendo ser expropriado de tal bem, é a violação do que nos EUA, lá no século 19, definiu-se como devido processo (adotado por muitos países posteriormente, inclusive o nosso), as garantias contra abusos do Estado e a preservação da condição mínima da vida, segurança e desenvolvimento do cidadão.

Resumidamente seria isso.

Talvez  esta decisão seja reformada pelo STF (talvez) por violar direitos e garantias Constitucionais (muito embora nossa Constituição de viés socialista tenha limites ao direito de propriedade).

Vamos aguardar.

Elvis Rossi

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

MITOMANIA, SEGURANÇA E ELEIÇÕES

    Voto Universal, Fiscalização do processo eleitoral, Auditoria dos votos, Opiniões, Jornalistas e Livros, proíba qualquer um destes e teremos algo bem diverso de uma democracia.  Certas autoridades do Estado, que deveriam levantar sempre a bandeira da liberdade, vêm aumentando a perseguição e a criminalização da liberdade de expressão, da liberdade de imprensa e até de pensamento. Expor os riscos ou crimes contra um sistema usado para dar concretude à democracia é um dever cívico . Apenas o criminoso, que não quer ser descoberto, pode argumentar contra esse dever.  O sufrágio é o direito que o cidadão tem de escolher seu representante político (é o voto). Fosse um país sério, mecanismos eletrônicos para exercer o voto seria tema contínuo de discussão.  O sufrágio não pode ter intermediários (mesmo nos sistemas que utilizam o voto indireto, escolhendo-se delegados que depois votarão, o voto direto não deixa de existir no caso da eleição do próprio colegiado e deste para o pre

A POLÍTICA DOS DUENDES

Em homenagem a Bernardo Guimarães ("Orgia dos duendes", poema original do autor). I Meia-noite soou no Congresso, No relógio de sino do salão; E o líder, soberano do processo, Sentou-se no assento de decisão. Deputado apanhava os projetos E no plenário debates acendia, Revirando discursos complexos, Para uma reforma de grande folia. Ao lado, um político astuto, Que saíra do antro dos conchavos, Pendurado num cargo pelo umbigo, Manipulava subornos aos favos. Senador, uma figura amarela, Resmungando com ar carrancudo, Se ocupava em frigir na panela Os acordos com propinas e tudo. Ministra com todo o sossego A caldeira do esquema adubava Com o sangue de um velho premente, Que ali mesmo co'as unhas sangrava. Empresário fritava nas banhas Que tirou das entranhas do Estado, Salpicado com pernas de aranhas, Frescos contratos superfaturados. Vento norte soprou lá na sala, Prestígio na mesa espalhou; Por três vezes ecoou a matraca, Na coalizão o deputado acenou. E o líder com as m

O TERMÔMETRO NOSSO DE CADA DIA

O TERMÔMETRO NOSSO DE CADA DIA OU A LIBERDADE É NEGOCIÁVEL?     As coisas andam para uma alienação da liberdade sem precedentes, onde a população simplesmente aceita qualquer coisa vinda do estado, ainda que sem lei, sem comprovação de eficácia e sem importar o resultado de tudo.   Para mim isto beira à psicose.   A palavra “saúde pública” parece que tornou-se um Pir Lim Pim Pim moderno. Saúde não é e nem tem como ser separada da “vida real”, quer dizer, na vida real, em sua complexidade, a saúde, a economia, o trabalho e a liberdade fazem parte de um mesmo ‘pacote’ . Não é possível separar esses elementos como se fosse um livro de anatomia onde a ‘pessoa’ é vista em partes; ora, nem preciso dizer que não é uma pessoa no livro, mas apenas a figura que a representa; a pessoal real estaria sem vida se fosse dividida como nas figuras, já não seria mais a pessoa. A vida real também é assim. Não bastassem as máscaras (e não vou ficar falando de microbiologia, virologia, infect