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Eppur si muove.

Em tempos nos quais a liberdade de expressão e a liberdade política são ostensivamente perseguidas e punidas, ousar protestar ressoa como um eco sombrio nos salões frios das altas cortes. A inquisição de um Estado fundado em leis cujo sentido é  apenas aquele atribuído pelo próprio sujeito que atua como vítima, inquisidor, julgador e carrasco, molda, por capricho, a realidade, realidade a qual, ouso dizer, Swift usaria como um grotesco exemplo em Gulliver. 

Processos movidos por perseguição política e vingança privada não subsistem a uma análise jurídica mais sólida; são marcados por acusações frágeis e juízos débeis. A prova mais banal se vê quando um advogado de defesa, em rede de TV, é subitamente interrompido e a entrevista encerrada quando tenta revelar ao público o que realmente está acontecendo. Seja por medo, seja por conivência da grande mídia, o resultado será sempre o mesmo: cada vez menos liberdade ao povo. 

Não há limites onde não há nada acima do intérprete e aplicador da lei. 

Tal como Galileu, que enfrentou um tribunal sendo forçado de certa forma a retratar suas posições  científicas, os que enfrentam tais decisões aceitam a sentença porque lutar é, por ora, impossível. No entanto, nos bastidores, a verdade persiste, resistindo à falsificação do real. A história nos ensina que a verdade não se curva eternamente. Ainda que silenciada por um tempo, emerge, expondo dos telhados a hipocrisia, a fraude e a pequenez dos algozes.

Assim, a cada abuso de poder revelado, a cada injustiça escancarada, ouve-se: "eppur si muove".



*Elvis Rossi da Silva. Cristão, pai de família, advogado. Autor de artigos jurídicos, escritor e jornalista independente.

Livros do autor: Circo Do Mundo  , Fábulas para Hoje  , Pensamentos ao Filho  , Contos Para a Infância , Plúrimas  , Aos Amigos que Não Tenho

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