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O QUE ESTÁ HAVENDO DE FATO NA ATUAL SITUAÇÃO DO MUNDO? QUAIS AS CONSEQÜÊNCIAS DISSO? PARTE 2

O QUE ESTÁ HAVENDO DE FATO NA ATUAL SITUAÇÃO DO MUNDO?

 

QUAIS AS CONSEQÜÊNCIAS DISSO?

 

PARTE 2

 

 

Vimos no artigo anterior que a atual segregação social não é nada boa, não atua em benefício da humanidade, mas desumaniza e cria uma sociedade sem passado e, agora, sem um futuro, aguardando a cada dia as ordens dos dominadores da vida.

 

Como dissemos antes, os eventos são tantos, são tantas informações, que não é possível uma visão total do que acontece (talvez em alguns anos saibamos muita coisa), mas certas coisas são evidentes e é impossível passarem desapercebidas.

 

Hoje veremos, ainda que brevemente, porque insisto em dizer que a tecnologia em nada ajuda realmente, pelo contrário.

 

É incontroverso, ao menos para os mais atentos, que as mídias sociais hoje são uma torrente infinita de desinformação, desorientação e distorção da realidade. Imagine isso, agora, num mundo enjaulado. Já se tornou evidente os absurdos que as pessoas começaram a criar e a fazer, publicando tudo nas redes. Embora falte dados estatísticos atuais deste ano de 2020, após março, imagine o aumento do consumo de porcarias digitais, do consumo de bens desimportantes etc.

 

Para se ter uma idéia, em 2012 (fonte: thesocialskinny.com), 91% dos adultos on-line usam a mídia social regularmente; os usuários do YouTube assistem a mais de 3 bilhões de horas de vídeo por mês; cerca de 1 em cada 3 blogueiros são mães / mães (tiveram que atender tanto ao público americano quanto ao britânico / AU lá J) (fonte: Hubspot); existem mais dispositivos conectados à Internet do que pessoas na Terra (fonte: AllTwitter ); 24% das pessoas deixaram de testemunhar momentos importantes porque estão ocupadas demais tentando escrever sobre elas nas redes sociais; 83% das pessoas acreditam que plataformas como o Twitter e o Facebook os ajudam a fazer novos amigos.

 

Em  2020 (fonte: websitehostingrating.com), temos alguns dados até aproximadamente janeiro: em janeiro de 2020, havia 4,437,215,927 (mais de 4 bilhões) de usuários da Internet, o usuário médio da Internet gasta 6 horas e 43 minutos online todos os dias; os dispositivos móveis representam mais da metade de todo o tempo que passamos on-line, sua parcela do tempo na internet é de 50.1%; Mais de 5,760,000 posts são publicados na Internet todos os dias; as vendas de comércio eletrônico devem atingir US $ 3.45 trilhões em vendas em 2020; Em todo o mundo, existem 2.77 bilhões de usuários de mídia social. Atualmente, o Facebook tem 2.27 bilhões de usuários e o Instagram, 1 bilhão de usuários.

 

É importante dizer. Na Ásia, a China reina suprema quando se trata de ter os usuários da Internet mais ativos. Talvez porque lá o governo tem vigilância total sobre a população e impera o sistema de pontuação social – social score -, uma nova forma de escravidão digital, os dados coletados não são referentes a sua vida financeira apenas, mas a todos os campos da vida da pessoa: com quem se anda, o que compra, que filme vê, postagens nas redes sociais, essa pontuação vai ser responsável tanto para aprovar um empréstimo, como impedir de conseguir um emprego ou sair do país.

 

Mas o que isso tem a ver?

 

Dá para ver que, se quer controlar a sociedade, se quer fazer alguém acreditar em algo, use os meios de comunicação.

 

Isso não são números, são pessoas!

 

Será que quem controla as redes sociais controla as pessoas?

 

Freud dizia que os indivíduos que participam dos fenômenos de massa são susceptíveis ao sugestionamento, à perda da sua consciência moral, tornando-se subjugados pela experiência de massa.

 

Bertrand Russell, em 1951, já falava que os psicólogos sociais do futuro contarão com diversas classes de crianças em idade escolar, nas quais experimentarão diferentes métodos com o intuito de gerar uma convicção inabalável de que a neve é negra (leia Daniel Estulin: Transevolução).

 

Bem, parece ser um exagero, não é mesmo? Só parece, mas não é.

 

O livro de Jaron Lanier: dez argumentos para você deletar agora mesmo suas mídias sociais (recomendo a leitura urgente), nos deixa bem claro essa manipulação toda. Quem é esse cara? É só um dos maiores conhecedores de realidade virtual no mundo, por ser um dos primeiros a estudar o tema e construir produtos de realidade virtual desde o início dos anos 80, está neste meio praticamente a vida toda.

 

Vamos fazer de conta que um ex-funcionário do facebook não fez uma denúncia terrível contra a empresa, declarando, entre outras bombas, que ela manipula sua própria  política de uso, perseguindo pessoas e fazendo conluios com governos e órgãos governamentais (veja um artigo nosso sobre isso).

 

Então veja esse depoimento de gente (grande) lá de dentro. Sean Parker, primeiro presidente do Facebook:

 

"Precisamos lhe dar uma pequena dose de dopamina de vez em quando, porque alguém deu like ou comentou em uma foto ou uma postagem, ou seja lá o que for (...) Isso é um circuito de feedback de validação social (...) exatamente o tipo de coisa que um hacker como eu inventaria, porque explora uma vulnerabilidade na psicologia humana (...) Os inventores, criadores — eu, Mark [Zuckerberg], Kevin Systrom no Instagram, todas essas pessoas —, tinham consciência disso. E fizemos isso mesmo assim (...) isso muda a relação de vocês com a sociedade, uns com os outros (...) Isso provavelmente interfere de maneiras estranhas na produtividade. Só Deus sabe o que as redes sociais estão fazendo com o cérebro de nossos filhos. "

 

 

O principal processo que leva as redes sociais a ganharem dinheiro e causar danos à sociedade é a modificação de comportamento. E não é justamente isso que estamos vendo hoje, de forma ainda mais desastrosa?

 

Em estudos de psicologia, como o Experimento de Milgram e o Experimento de Aprisionamento de Stanford (vejam por favor), o poder da opinião alheia provou ser forte o bastante para modificar o comportamento dos participantes. Pessoas comuns, sem passagem pela polícia, foram coagidas a fazer coisas horríveis, como aplicar torturas, por meio de nenhum outro mecanismo além da pressão social. Em redes sociais, a manipulação das emoções tem sido a maneira mais fácil de gerar a modificação do comportamento.

 

Vemos, então, uma manipulação da sociedade (já falamos da escola como produtora de bons e obedientes cidadãos no primeiro artigo), de modificação do comportamento, de emburrecer, de criar obediência cega, de deslocar a humanidade para bem longe das pessoas.

 

O objetivo, no fim, pouco importa, já que a prática que vemos hoje é nociva por si só, independentemente de sua finalidade (embora eu duvide muito que algo bom possa ser alcançado por meios ruins).

 

E onde quero chegar com isso tudo?

 

A sociedade, que já vinha numa crescente guinada para incluir como essência da vida as mídias sociais, modificando seu comportamento por causa delas, agora, com esse tal isolamento prolongado, com a propaganda massiva do "novo normal", aumentou essa migração para o universo digital, da vigilância, da manipulação, onde nada desaparece, tudo é guardado, tudo é indexado e relacionado ao seu nome, para que o fim da privacidade se torne algo normal, onde a publicação da cada aspecto da vida inclui conseqüentemente a aceitação de grupo, do engajamento, conseqüentemente, da mudança de comportamento conforme os ditames daqueles que manipulam os meios de comunicação.

 

Nada se resume a meros aspectos microbiológicos ou de saúde, mas, na verdade, à liberdade, à humanidade.

 

Fico por aqui.

 

 

Elvis Rossi

 


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