Lendo 'Terra dos Homens' de Exupery, fui arrebatado por uma imagem que exsurge tão real quanto a vida. Ali, materializa-se das páginas, do gelo das montanhas, um piloto sobrevivente. Nos gélidos cumes e resvalando na morte, caminhava por dias. Buscava manter-se vivo ou, caso morresse, deveria ao menos chegar em um lugar onde o corpo facilmente pudesse ser encontrado pelo bem da amada, uma vez que o desaparecimento impediria que recebesse o prêmio do seguro imediatamente, caindo na penúria. Ali, o bravo homem, sua memória antes vigorosa, movida pelo amor, passou a definhar-se como o corpo, e a cada parada para um breve alívio, esquecia-se de algo; primeiro uma luva, depois, o relógio, o canivete e, então, a bússola. Relembra o sobrevivente que toda vez que resolvia parar ''eu me empobrecia''. Nesse ponto parei como se me visse ali. Esse esquecimento que envolvia o desventurado piloto, quantas vezes não nos sobrecaiu? Quando é que não paramos alguma vez a march
Descartes propôs chegar à verdade por meio da dúvida. O Círculo de Viena acrescentou a necessidade de verificação. Após considerar um número suficiente de casos particulares, conclui uma verdade geral sem se esquecer a falseabilidade ou refutabilidade, que possa demonstrar que uma ideia/hipótese/teoria pode ser mostrada falsa. A ciência, portanto, é um conhecimento provisório. Por isso a ciência jamais pode impedir o questionamento.